Cirurgia corrige suor excessivo nos pés

A hiperidrose – mal causado pela hiperestimulação das glândulas sudoríparas, ocasionando suor excessivo nas mãos, rosto, axilas ou pés – afeta cerca de 1% da população mundial e constrange quem chega a sentir o suor escorrendo pelo corpo. Tem como ser corrigida através de uma cirurgia chamada simpatectomia torácica mas que apenas em 50% dos casos consegue resolver especificamente o problema de quem transpira excessivamente nos pés.

Para esta parte do corpo existe outro método, a simpatectomia lombar, cirurgia que no Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba, é feita integralmente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) através da videolaparoscopia, método menos agressivo ao paciente que o tradicional.

O cirurgião torácico Paulo César Boscardim explica que o suor produzido em excesso não prejudica a saúde, mas abala a auto-estima e constrange o paciente. "Isso acontece porque o sistema nervoso simpático, que enerva as glândulas sudoríparas, as estimula excessivamente", diz. Geralmente a pessoa nasce com a predisposição, além de haver influência genética. O problema é também mais comum em mulheres e afeta mais axilas e mãos que rosto e pés. "Perto de 70% das pessoas que têm hiperidrose nas mãos e axilas a possuem associada a hiperidrose plantar", ou nos pés, conforme relata o médico.

A cirurgia de correção, a simpatectomia torácica, hoje feita através da videotoracoscopia, é simples e rápida. Com apenas duas pequenas incisões nas região das axilas tem-se resultados eficientes entre 95% a 100% dos casos para conter o suor excessivo em mãos, axilas e rosto. Nos pés, entretanto, as chances de o procedimento dar certo são reduzidas pela metade. "E quem sofre com isso também enfrenta dificuldades. Além do odor nos pés, as mulheres mal conseguem usar sandálias porque ficam escorregadias", descreve o cirurgião. É aí que entra em cena a simpatectomia lombar. A técnica não é nova, mas o método usado pelos médicos em Curitiba – mais especificamente pelo especialista em videocirurgia Marcelo Loureiro, que foi quem introduziu a prática no Brasil – é bem menos agressivo, pois permite a operação sem violar o peritôneo, tecido responsável pelo revestimento dos órgãos abdominais, como estômago e intestino. "Com isso, o tempo de recuperação diminui e o paciente deixa no hospital um dia após a cirurgia", avalia, por serem os cortes bem menores que na cirurgia tradicional. No HC, a cirurgia é feita pelo SUS. O hospital é o único do País que oferece a simpatectomia lombar pela técnica da videolaparoscopia e integralmente gratuita. 

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