Central de Transplantes busca captação de órgãos

Profissionais de saúde ligados à área de transplantes participaram ontem, em Curitiba, de um encontro para discutir a importância da captação de órgãos. O objetivo do evento – promovido pela Central Estadual de Transplantes do Paraná (CET) – foi incentivar a classe médica que atua nos hospitais do Estado para que notifiquem à CET sobre os pacientes que sejam possíveis doadores de órgãos, e com isso, aumentar o número de transplantes no Estado.

Segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde, o número de notificações de possíveis doadores, de janeiro a março deste ano, foi 10% menor que no mesmo período de 2002. Com isso, o número de doadores caiu 8%. O secretário de Estado da Saúde, Cláudio Xavier, afirma que o Paraná tem uma defasagem, entre os que podem e os que querem doar, de 30%. “E esse número é possível de reverter. Basta um trabalho maior dos profissionais na busca ativa dos órgãos dentro das unidades hospitalares, e maior sensibilidade das pessoas sobre a importância das doações”, disse.

Hoje, existem cerca de 2,8 mil pessoas na fila de espera no Paraná – cerca de 50 mil no Brasil – para a recepção de órgãos como córneas, coração, fígado e rim. Desses, 55,6% são homens e 44,4% são mulheres. O tempo mínimo de espera é, em média, de um ano. Mas, de acordo com a secretaria, esse tempo pode ser maior, já que o número de recusas para a doação está crescendo. No ano passado, das 711 notificações de possíveis doadores, 399 pessoas realizaram a doação, e 312 recusaram. Desse total, 150 foram por motivos médicos, 22 por motivos diversos e 126 casos por recusa familiar.

O secretário Cláudio Xavier ressalta que a doação é um ato de solidariedade, resultante da conscientização que de “amanhã qualquer um de nós pode estar sujeito à necessidade de um transplante”. Ele acrescenta que para a maioria dos transplantados o procedimento marca o reinício de uma vida normal. Outras informações sobre doações podem ser obtidas na Central de Transplantes do Paraná, na Rua Barão do Rio Branco, 465, em Curitiba, ou pelo telefone (41) 232-5740. (Rosângela Oliveira)

Quem pode ser doador

Para ser doador, não existe limite de idade, nem é preciso documento oficial, basta comunicar a família.

– Existem dois tipos: o doador vivo (qualquer pessoa saudável pode doar rins, parte do fígado e parte da medula óssea) e o doador cadáver (pacientes com morte encefálica podem doar coração, pulmão, fígado, pâncreas, intestino, rim, córnea, veias, ossos e tendão).

– O diagnóstico de morte encefálica é feita por dois médicos de diferentes áreas, antes de qualquer procedimento.

– Os órgão doados vão para pacientes que necessitam de um transplante e estão aguardando em lista única, definida pela Central de Transplantes.

– A retirada dos órgãos é uma cirurgia igual a qualquer outra, sem deixar nenhuma deformação no corpo.

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