A catarata ainda é uma das principais causas de desconforto ou perda de visão nos países em desenvolvimento e afeta principalmente pessoas com mais de 50 anos. Em palestra realizada no último dia 31, o Dr. Alfredo Tranjan, oftalmologista do Hospital 9 de Julho (SP), fez um alerta sobre a doença, que ao contrário do que se pensa, não causa cegueira irreversível.
A catarata é caracterizada pela opacidade de uma lente do olho chamada cristalino, que normalmente é claro e transparente. Como o cristalino torna-se turvo, a luz tem dificuldade de passar através dele, o que torna a visão borrada. As pessoas devem ficar atentas a alguns sintomas como o aumento de sensibilidade à luz, visão noturna fraca, visão dupla em um dos olhos e à percepção de cores mais amareladas. “Em estágio inicial, é provável que a pessoa sequer suspeite que está com a doença, principalmente porque não sente dor. Mas todos estes sintomas são predominantes nos pacientes com Catarata”, comenta Dr. Tranjan.
Herança genética, algumas doenças como diabetes, traumas no olho e uso de medicamentos como corticoesteróides podem estar relacionadas à doença, mas a maioria dos casos de catarata está associada ao envelhecimento progressivo e gradual do olho. A velocidade de seu desenvolvimento varia de pessoa para pessoa, inclusive entre os dois olhos. Normalmente ela avança lentamente, porém, em indivíduos mais jovens e em portadores de diabetes, por exemplo, a doença pode progredir rapidamente em alguns meses.
O diagnóstico do problema é realizado pelo oftalmologista por meio de um exame minucioso dos olhos, no qual pode se detectar a presença e a gravidade da catarata, além de qualquer outro problema que pode estar ocasionando a visão borrada.
Infelizmente ainda não existem medicamentos, vitaminas ou alimentos para prevenção ou cura da doença. Hoje, a única forma de eliminar a catarata é cirurgicamente, no entanto, que se os sintomas não forem acentuados, é possível que apenas a troca da graduação dos óculos melhore a visão do paciente. A cirurgia deve ser considerada quando a doença estiver ocasionando suficiente perda de visão a ponto de as atividades cotidianas serem prejudicadas.
Ao contrário do que muitos pensam, a cirurgia é simples, com anestesia local e sem necessidade de hospitalização. Nela, o médico substitui o cristalino opaco por uma lente intra-ocular permanente. Após o procedimento, o paciente pode retomar suas atividades diárias, evitando apenas exercícios físicos. A única orientação do oftalmologista é a utilização de colírios por um período. “A cirurgia de catarata é um procedimento médico que tem grande probabilidade de êxito. Mais de 90% dos casos resultam em uma melhora na visão, a não ser que existam problemas na córnea, na retina ou no nervo óptico”, reforça Dr. Tranjan.