Carnaval: Vai brincar, então vista a camisinha

A campanha de prevenção da aids no carnaval deste ano, com o slogan "Vista-se, use sempre a camisinha", pretende distribuir 11,5 milhões de preservativos comprados pelo Ministério da Saúde (MS). A iniciativa tem como objetivo reforçar na população a certeza de que o uso da camisinha masculina ainda é o meio mais eficaz para evitar a contaminação seja por HIV ou por outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). A campanha tem como trilha sonora o samba "Com que roupa?", na voz de Daniela Mercury.

A campanha deste ficou ameaçada, quando uma crise de abastecimento de preservativos, atribuída a diversos fatores, entre eles as ondas gigantes que atingiram o sul da Ásia, área responsável pelos insumos usados na fabricação da camisinha, e também a enorme quantidade de camisinhas reprovadas nos testes dos institutos de controle de qualidade. Algumas entidades de apoio a vítimas de aids e DSTs alegam que, em dezembro, não receberam nenhuma unidade do preservativo. O MS garante, no entanto, que a distribuição está assegurada e que o fornecimento está regularizado.

Camisinha na escola

Segundo dados da Pesquisa de Conhecimento, Atitudes e Práticas Sexuais da População Brasileira, realizada em 2004 pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Rio de Janeiro, cerca de 52% da população já recebeu preservativo de graça. A maioria dos entrevistados conseguiu o produto em postos de saúde, principalmente, na época do carnaval. O estudo levantou também que 96% dos entrevistados sabem que o preservativo é a melhor maneira de evitar a transmissão do HIV nas relações sexuais, sendo que 25% deles dizem usá-lo regularmente. Os jovens de 15 a 24 anos são os que mais usam preservativo com freqüência nas relações com parceiros eventuais.

Além do aumento do número de camisinhas para distribuição no carnaval, o MS quer implementar algumas ações para dar continuidade ao programa. Nesse sentido, algumas iniciativas estão sendo discutidas com o objetivo de trabalhar o preconceito e o controle da epidemia entre os adolescentes. A ampliação do acesso de adolescentes e jovens ao preservativo, com o aumento da distribuição nas escolas, é uma delas. A preocupação é, também, fazer com que as mulheres dessa faixa etária tenham mais poder de decisão sobre o uso do preservativo masculino, já que o número de novos casos entre elas tem aumentado significativamente.

QUEM USA

· 52% já receberam ou pegaram preservativo de graça – a maioria em postos de saúde e durante o carnaval.

· 96% sabem que o preservativo é a melhor maneira de evitar a transmissão do HIV nas relações sexuais.

· 25% usam o preservativo regularmente, em qualquer parceria.

· 67% afirmam ter usado o preservativo em sua última relação eventual.

POR QUE NÃO USAM?

· 45,8% – porque a última relação foi com o (a) cônjuge.

· 11,5% – porque confiam no (a) parceiro (a).

· 11,4% – porque têm parceiro (a) fixo (a).

· 8,8% – porque não gosta ou o (a) parceiro(a) não gosta.

· 6,3% – porque não tinha na hora da relação.

· 4,3% – porque "não precisa".

· 3,6% – porque não quis.

Fonte: Ministério da Saúde

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