Câncer de Tireóide afeta mais mulheres

Muito freqüente entre mulheres, os problemas referentes à tireóide, pequena glândula que tem como função controlar o metabolismo do corpo, podem vir a se tornar bastante graves podendo, inclusive, evoluir para um câncer. O Instituto Nacional de Câncer dos Estados Unidos registrou um aumento de 82% nos casos da doença desde 1981. No mesmo período a alta incidência de câncer de mama foi de 32%. No Brasil o câncer de tireóide é o oitavo tipo de câncer mais comum, são cerca de 25 mil novos casos por ano. Em São Paulo a quantidade de mulheres com câncer de tireóide triplicou em vinte anos.

Esse tipo de câncer acomete três vezes mais mulheres do que homens. Segundo dados 18 em cada 100 mil mulheres desenvolvem câncer de tireóide anualmente. Isso se deve ao fato de a glândula ser mais sensível à ação dos hormônios. “Os principais fatores de risco para a doença são a hereditariedade, exposição a material radioativo e uma alimentação pobre em vegetais” conta Monti.

Mas esse aumento do número de casos tem uma explicação. Deve-se ao fato de que o diagnóstico tornou-se mais freqüente, devido a exames de rotina e até mesmo a uma maior procura por parte das mulheres por consultórios médicos em busca de uma fórmula para emagrecer, o que favorece o diagnóstico da maioria dos casos desse tipo de câncer.

Um nódulo de tireóide não produz usualmente sintomas, mas pode ser percebido através de auto-exame. Ele pode tornar a voz rouca ou fazer a respiração ou a deglutição tornarem-se dificultosas.

“O câncer de tireóide é um tumor maligno de crescimento localizado dentro da glândula tireóide que se localiza na região anterior ao pescoço. Quando detectado precocemente na maior parte dos casos o índice de cura chega a 90% e é um dos tipos mais tratáveis de tumor”, afirma o oncologista Carlos Roberto Monti, diretor do Radium Instituto de Oncologia, em Campinas, SP.

Em casos de pacientes jovens que o tumor é diagnosticado no início as chances de cura chegam a 100%. Em casos de pacientes com mais de 45 anos quando o câncer tem mais de quatro centímetros de diâmetro e já não está restrito à glândula, esse índice cai para cerca de 70%.

Uma vez diagnosticado o câncer, torna-se necessário o controle permanente. Na maioria dos casos (90%) o tratamento consiste na retirada total da glândula. “Depois dessa retirada o paciente se torna totalmente dependente da reposição de um dos hormônios produzidos pela tireóide, o T4” conta Monti. Como a dosagem padrão varia de acordo com a idade e o peso, a pessoa tem que ter acompanhamento médico e fazer exames regulares de sangue e ultra-sons por toda vida.

“Como qualquer doença, é importante que se esteja atento para os sinais iniciais apresentados pelas doenças de tireóide e principalmente se tiver caso da doença na família procurar um médico para a realização de exames”, alerta o oncologista.

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