Campanha tenta abrir os olhos dos fumantes

No Dia Nacional de Combate ao Fumo, comemorado ontem, integrantes da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba, em parceria com alunos do curso de Fisioterapia da Universidade Tuiuti do Paraná, promoveram uma campanha de conscientização sobre os males causados pelo cigarro, no Shopping Estação.

Profissionais e estudantes distribuíram panfletos informativos e realizaram testes gratuitos para verificar os níveis de monóxido de carbono no sangue dos freqüentadores do shopping. As avaliações foram feitas através de um aparelho chamado monoxímetro, que é parecido com um bafômetro.

Segundo a coordenadora do programa Vida Saudável, Márcia Krempel, um cigarro introduz cerca de 4,2 ml de substâncias tóxicas no organismo, entre elas formol, acetona, agrotóxicos e raticidas – colocados na lavoura do fumo – além da nicotina, que gera dependência. “A maioria dos fumantes quer parar, mas não consegue. Nosso objetivo é que, após o teste com o monoxímetro, eles encontrem motivação”, afirma.

Márcia diz que muitos fumantes que se submetem ao teste, após verificarem que estão com a saúde do pulmão comprometida, se assustam e acabam reduzindo a quantidade de cigarros fumados por dia ou mesmo parando definitivamente de fumar. “Muita gente se impressiona e acaba se conscientizando dos perigos do tabaco, que pode causar uma série de problemas cardíacos e respiratórios”, alerta.

Resultados

O gerente comercial Quirino José dos Santos, de 28 anos, que ontem circulava pelo Shopping Estação, resolveu medir a quantidade de monóxido de carbono no organismo. Ficou surpreso: fumante há quinze anos, ele descobriu que seu pulmão ainda tem um funcionamento normal. Nas vias aéreas, porém, foram verificadas algumas alterações, como perda de elasticidade. Quirino contou que começou a fumar por influência de amigos e necessidade de auto-afirmação. Há algum tempo, resolveu parar. Conseguiu ficar um ano sem cigarro. “Comecei a freqüentar bares noturnos e, como muita gente fumava, me senti tentado a fumar novamente”, revelou.

Ele conta que, quando parou, se sentiu irritado e nervoso, principalmente no primeiro mês, pois ligava todos os prazeres da vida ao cigarro. “Com o tempo, isso foi passando, mas infelizmente não consegui ser firme na decisão de deixar o cigarro de lado”, lamentou. Depois de receber as orientações dos estudantes e profissionais da Secretaria Municipal de Saúde, Quirino disse que vai tentar parar de fumar novamente. “Quero muito parar, mas acho que vou precisar de ajuda”, adiantou. Atualmente, ele fuma quinze cigarros por dia.

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