O combate à hanseníase, uma doença infecto contagiosa causada pelo bacilo de Hansen (Mycobacterium leprae), que afeta as terminações nervosas e a pele, antigamente conhecida por lepra, faz parte de uma campanha municipal desenvolvida pela Prefeitura de Piraquara que se estenderá até o dia 16 de fevereiro.
Serão realizadas palestras nas unidades de saúde municipais, em igrejas e empresas da cidade que é conhecida como referência no tratamento da doença. Os objetivos da campanha, segundo o secretário de saúde Rogério Miranda Gomes, é orientar a população, esclarecer sobre o controle da doença a partir do diagnóstico precoce, fundamental para reduzir suas seqüelas, além de ajudar a população a abandonar o estigma que os pacientes carregam e que está ligado ao preconceito que as pessoas têm contra os portadores de hanseníase.
Na região Sul, o estado com maior prevalência é o Paraná, com índice de 1,93 doente/10 mil habitantes, conforme dados de 2005. Em Piraquara, o índice é de 3,34 casos para cada 10 mil habitantes, portanto acima da média do Estado. De acordo com o infectologista Flávio Pavan Neto, a doença é transmitida por via oral e apenas os doentes que não estejam em tratamento a transmitem. Por isso, os serviços de saúde buscam o diagnóstico precoce, investigando possíveis novos casos da doença em pessoas de uma mesma família. Entre de 5% a 10% da população têm suscetibilidade para desenvolver a doença por uma questão de genética.
A Prefeitura também conta com um serviço direcionado para resgatar a cidadania das pessoas que sofrem as conseqüências da hanseníase. São atendidas cerca de 2 mil pessoas em cursos de formação, aulas de artesanato, curativos e confecção de adaptações para ex-portadores da doença.