Asma: uma difícil convivência

Dormir sentada e acordar com falta de ar. Tentar fazer faxina na casa e não conseguir. Querer brincar com a filha e não ter forças. Assim era o dia-a-dia de Daniele Fiúsa, curitibana de 26 anos, casada e mãe de uma filha de um ano, operadora de caixa de um supermercado. Cercada de limitações por padecer de asma de difícil controle, ela foi internada seis vezes no último ano devido às crises. Usava bombinha 15 vezes ao dia, inclusive para ter forças para levantar da cama todas as manhãs. "Várias vezes acordei no meio da noite sufocada e com medo de não levantar mais e agora que tenho uma filha, esse medo redobrou?, comenta.

É muito difícil viver com essas limitações. Porém, há dois meses, Daniele começou o tratamento com um medicamento com o princípio ativo omalizumab, indicado para asma alérgica de difícil controle. Desde então, diz que sua vida ganhou ares de uma vida normal. Para  o tratamento com a nova medicação, que acaba de chegar ao mercado, Daniele comparece a uma clínica credenciada uma vez por mês. Fica internada por duas horas para receber o medicamento via injeção subcutânea. O tratamento é acompanhado integralmente por sua médica. "Daniela usava quatro medicamentos para controlar a doença e mesmo assim tinha várias limitações", lembra sua médica Tsukiyo Obu Kamoi. Com a nova droga, segundo a especialista, a paciente não tem mais crises e reduziu drasticamente o uso de medicamentos, ganhando em qualidade de vida.

Resultados positivos

A asma é uma doença que atinge 18 milhões de pessoas no Brasil. Estima-se que entre 20% e 30% desses pacientes não consigam controlar os sintomas do que se tornou a terceira principal causa de internações no país. Conforme estimativas do Ministério da Saúde, a doença provoca a morte de aproximadamente 2,5 mil pacientes anualmente. O pneumologista Luiz Fizzera, ao ser informado sobre a aprovação da nova droga pela Anvisa, selecionou duas pacientes que poderiam se beneficiar da novidade.

Em três aplicações mensais, uma senhora obteve uma melhora visível e voltou a ter uma vida normal. A outra paciente em tratamento começou a sofrer de asma durante a segunda gravidez. A terapia foi iniciada há seis meses e a dona-de-casa diz que logo começou a sentir a diferença. ?Estão sendo feitas duas obras em volta da minha casa, anteriormente não agüentaria viver aqui?, completa animada.

Para melhorar a qualidade de vida

Veja abaixo algumas sugestões que podem melhorar a qualidade de vida de quem sofre de asma, evitando crises:

* Trocar carpetes por pisos frios ou tábuas.

* Manter poucos objetos no quarto. Retirar, principalmente, os bichos de pelúcia.

* A roupa de cama deve ser trocada duas vezes por semana e lavada com água quente.

* O mofo deve ser removido com água sanitária.

* Retirar o pó com pano úmido e não com espanador.

* Evitar alimentos com grande quantidade de corante.

* Abrir as janelas da casa diariamente, pois os ácaros não sobrevivem à luz e ventilação.

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