Após 80 anos, nova vacina contra a tuberculose

Cientistas britânicos da Universidade de Oxford desenvolveram uma nova vacina contra a tuberculose, chamada MVA85A, a primeira em 80 anos. Ela melhora a resposta imunológica contra a doença e amplia a eficácia da existente Bacilo de Calmette e Guerin (BCG).

A notícia, publicada na revista especializada “Nature Medicine”, informa que a nova vacina pode aumentar a eficácia da tradicional BCG, que só protege durante 15 anos e cuja eficácia se limita a 30% dos doentes, segundo estudos.

“Este é um dos maiores avanços dos últimos 80 anos no campo das vacinas contra a tuberculose”, afirmou a doutora Helen McShane, pesquisadora do centro médico da Universidade de Oxford, que dirigiu o estudo. “É segura e estimula uma forte resposta imunológica”, disse a especialista, que admitiu, porém, que a nova vacina não substituirá a atual BCG, mas funcionará como uma “aliada”.

McShane explicou que os cientistas do grupo testaram a vacina ao longo de três anos, em 42 adultos com idades compreendidas entre os 18 e os 55 anos. Os resultados confirmaram que a nova vacina gera um grande número de células “T”, que ajudam a lutar contra a enfermidade.

As escolas de Oxford, onde os alunos se vacinam normalmente contra a tuberculose aos 13 anos, já estão recebendo a MVA85A e os cientistas planejam agora testá-la nos países do Terceiro Mundo. Além disso, os pesquisadores afirmaram que existe um projeto para experimentar a nova vacina em Gâmbia, na África, onde a tuberculose é endêmica.

Os resultados do estudo indicam que a nova vacina pode ser especialmente útil para países do mundo em desenvolvimento, onde os casos de tuberculose continuam aumentando e causando grandes danos à população.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que a tuberculose é responsável pela morte de dois milhões de pessoas todos os anos. As cifras da OMS indicam também que atualmente a doença está presente em um terço da população mundial, cerca de dois bilhões de pessoas, mas muitos dos infectados nunca chegam a desenvolver a doença.

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