Alimentação leve evita transtornos no verão

Alimentação saudável deve ser praticada em todas as estações, mas o clima quente do verão exige cuidados extras, para evitar mal-estar e intoxicações alimentares. Apesar de as temperaturas elevadas provocarem uma inibição da fome, em comparação ao inverno, devemos tomar cuidado com os petiscos e sobremesas, geralmente muito calóricos e de difícil digestão devido ao elevado teor de gorduras. Sempre é bom lembrar que muitos alimentos apresentam a gordura em uma forma "escondida", o que ocorre com o queijo amarelo, amendoins, salgadinhos de pacote, pastéis, maioneses, chocolates e sorvetes em massa, entre outros. Uma boa opção seria consumir alimentos menos calóricos e mais saudáveis, substituindo, por exemplo, pastel frito pelo assado ou o chocolate pela barra de cereais.

Uma alternativa para contornar a falta de apetite seria o consumo de alimentos de fácil digestão, como as saladas, enriquecidas com alimentos ricos em carboidratos, como batatas e macarrão, além de proteínas, como peixes e ovos. Dessa forma obtém-se uma opção de refeição de fácil digestão e nutricionalmente equilibrada, pois, conforme a nutricionista Márcia de Lourdes Francischini, contém um equilíbrio entre os nutrientes e supre as quantidades necessárias ao dia. ?A alimentação diária deve ser constituída de três refeições principais (café da manhã, almoço e jantar), intercaladas com dois ou três pequenos lanches nos intervalos, evitando-se as frituras e alimentos muito gordurosos?, sugere.

Comportamento

Ao contrário do que acontece no inverno, a temperatura elevada auxilia na manutenção da temperatura interna. No frio, as pessoas tendem a sentir mais fome, pois há uma maior necessidade de armazenar calor. "Não podemos ignorar a interferência do clima no comportamento das pessoas e, conseqüentemente, na alimentação", destaca Anelise Rízzolo, nutricionista e consultora técnica de alimentação e nutrição do Ministério da Saúde.

Ingerir comidas pesadas e calóricas no verão, como feijoada, por exemplo, leva à produção excessiva de calor no corpo. Isso pode causar um mal-estar generalizado. "As pessoas podem sentir mais cansaço, indisposição para atividades físicas e enjôo. Os alimentos gordurosos, como frituras, sobrecarregam mais o indivíduo e o organismo passa a ter uma digestão mais lenta?, comenta a coordenadora.

As ocorrências de intoxicações alimentares tendem a se acentuar no calor. A temperatura alta pode predispor à deterioração acelerada dos alimentos quando não acondicionados adequadamente, principalmente os que requerem refrigeração. Por isso, na praia, o ideal é que se evite o consumo de alimentos de quiosques que não tenham infra-estrutura adequada e os vendidos por ambulantes.

"Para ser considerado um alimento seguro para o consumo, é necessário que esteja em boas condições de armazenamento", destaca a nutricionista. Além disso, o consumidor deve verificar se o produto está dentro do prazo de validade. Outra forma de prevenir intoxicações é verificar se a manipulação dos alimentos foi feita de forma cuidadosa. É comum a contaminação deles por coliformes fecais, pois nem todas as pessoas que trabalham com alimentação se preocupam em lavar as mãos adequadamente, após ir ao banheiro, por exemplo.

Reeducação

A nutricionista Andréa Cristina Poli explica que a receita para uma vida longa e feliz passa necessariamente pela mesa e o alimento é o nosso combustível básico. ?É dele que depende em grande parte a nossa qualidade de vida?, constata. Nas avaliações feitas pela especialista, é comum a observação de erros alimentares que propiciam o desenvolvimento de inúmeras doenças. O mau funcionamento intestinal e até mesmo o câncer são exemplos de doenças associadas a dietas alimentares pobres em legumes, frutas, verduras e grãos. Em contrapartida, as dietas ricas em carboidratos e gordura estão presentes nos hábitos alimentares dos portadores dessas enfermidades.

A busca do equilíbrio por meio de uma reeducação alimentar é o objetivo perseguido pelos nutricionistas. Para isso é necessária uma avaliação individualizada do ritmo de vida e dos hábitos pessoais e familiares de cada pessoa. ?De posse desses dados pode ser elaborada uma dieta equilibrada e agradável, propiciando a adesão ao programa de reeducação alimentar?, garante Andréa, lembrando que toda mudança de hábitos exige motivação. De nada vai adiantar uma mudança alimentar sem atuar em novas diretrizes de vida. Associar a prática de exercícios físicos e, se possível, reduzir o nível de estresse, contribuem para se atingir o equilíbrio orgânico.

Voltar ao topo