Aids vira ameaça maior às mulheres

O número de casos de aids em mulheres vem crescendo em todo o país, mas significativamente no Paraná. Enquanto na década de 80, para cada 37 homens havia uma mulher infectada com o vírus HIV no estado, hoje a proporção é de um homem para três ou até cinco mulheres. A constatação está no Boletim Epidemiológico DST-Aids 2007, divulgado ontem pelo Ministério da Saúde. O Paraná é o quinto estado em número de casos da doença no Brasil. No País, a aids avança entre os heterossexuais, se estabiliza entre homossexuais e bissexuais e diminui entre usuários de drogas injetáveis. No estado, o total de casos acumulados desde 1980 chega a 23.144 casos – 5% do total no Brasil, que registra atualmente 474.273 pessoas com aids.

A feminilização da doença é preocupante entre os profissionais da saúde. De acordo com o chefe da Divisão do Controle das DSTs-Aids da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), Francisco Carlos dos Santos, a vulnerabilidade da mulher é o fator determinante para o aumento de casos. ?A mulher fica em uma situação difícil, na qual muitas vezes ela não tem como negociar o sexo seguro com o parceiro. Principalmente quando falamos das mulheres casadas, cuja incidência de aids é grande?, comentou.

Desde 1984 até hoje foram registrados em Curitiba 7.523 casos de aids. Destes, 5.212 em homens e 2.311 em mulheres. Para a coordenadora do setor na Secretaria Municipal de Saúde, Mariana Thomaz, uma das grandes preocupações diz respeito às meninas na faixa etária dos dez aos 19 anos. ?Verificamos que o número de casos entre meninas adolescentes é o dobro do número de casos entre meninos na mesma faixa etária?, informou Mariana. Segundo ela, esta situação também está relacionada à vulnerabilidade do sexo feminino. ?Muitas vezes elas têm a primeira relação com um parceiro mais velho, e acabam tendo dificuldade na negociação do uso da camisinha?, disse. Ela lembra que o preservativo ainda é a única maneira de se prevenir.

Doença estabilizada

O boletim de 2007 traz, pela primeira vez, dados sobre a proporção de pessoas que continuaram vivendo com aids  cinco anos após o diagnóstico. Neste caso, a região Sul se destaca positivamente: 82% dos doentes estão nessa situação. O Sul perde apenas para o Sudeste, onde o percentual chega a 90%. Já na região Norte, o índice é de 78% e no Centro-Oeste, 81%. Apesar do grande número de casos, em todo o Brasil a tendência de queda na incidência vem se mantendo, principalmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. No Norte e no Nordeste, a tendência é de crescimento no número de casos de aids.

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