A coragem de acreditar em si

Para conquistar o acesso a luz primordial, àquela supridora e construtora da vida, precisamos conduzir o ser ao seu estado puro, eliminando todos os resquícios de egoísmo que avassalam a alma. E a base de tudo isto se encontra no ato de acreditar. Esta é a parcela do ser para o acesso a um potencial de luz jamais atingido pelo raciocínio humano. O acreditar é a porta para a verdadeira força ,e não é possível acreditar se este ser encontra-se atacado pelas distorções mentais. O nível vibracional é determinado justamente pela condição em que este ser está defronte a sua tarefa de vida, se ele está puro e transparente ou se esconde, muitas vezes até de si mesmo, as suas intenções puramente egoístas e ilusórias. Quando você busca apenas a sua valorização pessoal, o reconhecimento dos seus pares como alguém especial, ou o enraizamento de sua própria ilusão de ser superior, abre-se uma brecha para a invasão de energias totalmente desfocadas da luz e de Deus.

Quando o ser age na vida para tentar se apoderar de algo como um bem ou uma garantia, o acreditar fica naturalmente em segundo plano, deixando a alma entregue a influências nem sempre recomendáveis para um ser que busca o seu crescer e a sua desenvoltura como luz. A purificação se dá quando saímos do nível do valor, e entramos no crer, na e na coragem de encarar a verdade. Aquele que teme por seu próprio valor, que cuida extremadamente de sua imagem como perfeição humana, não permite-se acreditar pois não pode arriscar que algo saia do seu âmbito de controle e, assim procedendo, perde-se de sua alma.

A mente é ardilosa na busca de garantias, e coloca com extrema sutileza as suas intenções no sentido do reconhecimento e da notoriedade. As pistas muitas vezes não são percebidas pelo iniciado na aprendizagem de suas próprias armadilhas interiores, mas fica claro quando o ser começa a entrar em estado de sofrimento, por qualquer motivo, e vê-se excessivamente sensível quanto aos comentários realizados a seu respeito. A concentração excessiva neste cuidado com quem se é, indica o aprisionamento nas garras de uma mente distorcida, que passa a destruir tudo aquilo que verdadeiramente se precisa fazer para atingir a maturidade do ser. O ser demasiadamente preocupado com ele mesmo, como se tornando perfeito obteria com a certeza que imagina e a segurança do amor que tanto necessita é o que chamamos de doente do ego. Estar aprisionado nesta distorção é, sem sombra de dúvida, a origem do sofrimento interior que assola a grande maioria da população existente neste mundo, que sofre por motivos não materiais. Seria sim, o sofrimento espiritual, onde a pessoa se torna vitima dela mesma, onde o seus desajustes mentais agridem o seu espírito e adoecem a sua alma.

Mariliz Straube
Orientadora Espititual

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