Santa Catarina e suas Oktoberfestas

Atrações irresistíveis como a gastronomia, manifestações culturais, chope gelado e muita gente bonita no embalo do som contagiante das bandas típicas alemãs dão o tom do sucesso das festas catarinenses.

Festeira por natureza, Santa Catarina se prepara para, mais uma vez, cair literalmente na folia numa espécie de carnaval com jeito alemão, surgido no rastro da Oktoberfest de Blumenau, e que já se estende por uma dezena de cidades do Estado.

A receita do sucesso está na miscigenação étnico-cultural do povo catarinense, formado basicamente por descendentes europeus de origem alemã, italiana, portuguesa, açoriana e, em menor escala, austríaca, polonesa, ucraniana e norueguesa.

Ao todo, são doze eventos com características próprias mas que mantêm em comum a força das tradições manifestadas na música, no folclore, na gastronomia, no hábito de beber cerveja e na alegria de viver.

A começar pela Oktoberfest de Blumenau (dia 10 a 26), segunda maior festa da cerveja do mundo, só perdendo para a de Munique, na Alemanha.

Na germano-brasileira Blumenau, a Oktoberfest dura duas semanas e meia, tem mais de quatrocentas horas de música e recebe milhares de pessoas.

Lá tem desfiles alegóricos, distribuição de chope nas ruas e muita animação nos cinco pavilhões do complexo da Proeb, local onde tradicionalmente acontece a festa.

A maioria dos eventos do festivo calendário recebe um público superior a duzentas mil pessoas e exalta o espírito alegre e irreverente dos descendentes alemães.

Em Joinville, tem a Fenachopp (entre os dias 8 e 28) com atrações extras como o concurso de tomadores de chope em dúzia, a Kinderfest (especialmente para os baixinhos), luta de braço, corrida do barril e o choppwagen.

Na Fenarreco, a festa de Brusque (de 10 a 26), as atrações ficam por conta do “ente mit rotkohl” – marreco com repolho roxo, uma das iguarias mais apreciadas da culinária alemã, além de shows diários com nomes consagrados da música popular brasileira.

A medieval prática do tiro ao alvo é revivida na Schützenfest, de Jaraguá do Sul (10 a 20), em competições de tiros, desfiles alegóricos, espetáculos folclóricos e muita tradição.

Outro esporte bastante popular nas comunidades alemãs, o bolão, atrai aficionados e turistas de vários estados para a Kegelfest, de Rio do Sul (10 a 13 e 17 a 19), onde são disputadas competições entre clubes e realizados divertidos concursos de tomadores da chope no pino.

Musikfest

A peculiar formação étnica de São Bento do Sul deu origem à Musikfest (11 a 13) onde descendentes de alemães, italianos, austríacos, poloneses e tchecos exibem toda a riqueza da sua cultura através de grupos folclóricos e musicais, artesanato, pratos típicos e em alegres encontros de confraternização.

Já Treze Tílias, fundada em 1933 por imigrantes austríacos, tem na Tirolerfest (11 a 20) a maior demonstração da preservação dos costumes trazidos do Tirol.

A música, a dança tirolesa, a gastronomia, as esculturas em madeira e a arquitetura em estilo alpino, encantam os visitantes não só durante a festa mas também o ano todo.

De características rurais, o que para alguns é sinônimo de maior autenticidade, eventos como a Oktoberfest, de Itapiranga (11 a 13), a Festa do Imigrante, de Timbó (10 a 13) e a Oberlandfest, de Rio Negrinho (17 a 20), traduzem as expressões mais singelas das tradições germânicas em Santa Catarina, tanto na gastronomia de sabor caseiro, como na espontaneidade dos grupos folclóricos, bandinhas típicas e na alegria de receber os visitantes.

E “pacote festeiro” de Santa Catarina inclui mais duas festas imperdíveis. Estas com cheiro, sabor e cor portuguesa, mais precisamente açoriana, povo que colonizou o litoral catarinense a partir de 1748.

Inspirada no vai e vem das marés nasceu, na cidade portuária de Itajaí, a Marejada – Festa Portuguesa e do Pescado (11 a 26). O evento mostra toda a riqueza cultural portuguesa e açoriana, com destaque para os frutos do mar e o bacalhau regado a bons vinhos das melhores procedências.

Mais abrangente, a Fenaostra, de Florianópolis (8 a 13), transforma a maior produtora do molusco do Brasil na Capital Nacional da Ostra. Concursos de culinária com chefes nacionais e internacionais, shows de folclore açoriano, restaurantes típicos e seminários técnicos.

Isso tudo garante o sucesso do evento, tanto para os turistas como para os profissionais da área que terão a oportunidade de degustar e provar os mais variados pratos à base de frutos do mar na bela “Ilha da Magia”.