Máscaras e fantasias enchem Veneza de charme

Diferente do Brasil, em que o samba e a alegria tomam conta do País por, pelo menos, quatro dias, Veneza esconde-se atrás das máscaras e das fantasias coloridas numa espécie de magia de um Carnaval sem música. Algo bizarro para um brasileiro – sem dúvida, mas para a francesa Emmanuele Duran, fantasiada de cortesã do século XVII, que venceu o concurso de fantasias em 2005, foi o auge do seu sonho. ?Me sinto um outro objeto, vivendo uma outra existência vinculada à mesma essência?, confidenciou. Talvez seja a antiga tradição dos nobres venezianos de brincar no anonimato, transgredir regras, realizar desejos proibidos durante o período do Carnaval, que reforça o charme dessa folia silenciosa que atrai, todos os anos, milhares de turistas do mundo inteiro.

O encanto de Veneza no Carnaval começa com o burburinho das pessoas que lotam a famosa Piazza de San Marco – ?o salão mais elegante do mundo? – como dizia Napoleão. Nenhum turista resiste vivenciar seu personagem preferido pelas ruelas estreitas que o transportam a um ambiente que mistura o exotismo do Oriente com o luxo europeu.

Reconhecido pelo governo apenas em 1926, como dias festivos antes da Quaresma, no Carnaval de Veneza, a utilização das máscaras tem raízes nas tentações, nos desejos contidos dos nobres venezianos, que, para conservarem o anonimato ao traírem as esposas, utilizavam-se do artifício da máscara, e as esposas faziam o mesmo vestidas de colombinas.

O mais antigo documento sobre o uso das máscaras em Veneza data de 2 de maio de 1268. Outro registro sobre máscaras é datado em 22 de fevereiro de 1339, que proíbe aos mascarados andar à noite nas ruas da cidade. Os trajes venezianos compunham o uso das máscaras na antiguidade.

Veneza começa a programação carnavalesca neste sábado, dia 18, e encerra no dia 28, com uma agenda repleta de atividades culturais – teatro, dança, concertos – além dos desfiles e cortejos. Os interessados em conhecer a programação poderão visitar o site www.comune.venezia.it/

Dica

Para conhecer um pouco esta festa exótica que nada tem do Carnaval brasileiro é mais fácil se instalar em cidades vizinhas como Veneza Mestre, Padova, Conegliano, cujos hotéis e pousadas são mais baratos e onde há trens disponíveis o dia todo. Entre as ruelas cheias de vitrines com máscaras é possível dar uma parada em aconchegantes bares – ?Baccaro? – tomar uma taça de vinho, saborear muzzarela in carrozza ou um dos inúmeros sanduíches , e finalizar com os inigualáveis doces venezianos. Não deixará mais que 10 euros nesta aventura alimentar. Divirta-se!

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