Gabriela Cravo e Canela, Juca Badaró, Teresa Batista, Fadul Abdala, Tieta do Agreste e tantos outros personagens populares descritos pela máquina de Jorge Amado estão vivos na memória da cidade de Ilhéus. A terra do cacau, localizada no litoral sul da Bahia, abriga belezas naturais, curiosidades, uma importante parte da história do Brasil. Ilhéus revela ainda aos seus visitantes os motivos que levaram o seu mais ilustre morador a narrar em tantas histórias uma de suas maiores paixões.
Falar de Ilhéus e não lembrar das plantações de cacau é praticamente impossível. As primeiras sementes foram trazidas do Pará, chegando à região em 1754. O desenvolvimento agrícola dessa cultura foi abundante durante muitos anos. No início do século XX, a cidade começou a tomar forma com a construção de belos edifícios, como o Palácio Paranaguá, que ocupou o local onde residia uma aldeia indígena tupi. O palácio abriga hoje a Prefeitura Municipal e a Associação Comercial de Ilhéus. O prédio está restaurado e aberto para os visitantes, que vão encontrar móveis, quadros e esculturas pertencentes ao patrimônio municipal.
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| No centro histórico, junto à Igreja São Jorge, o famoso Bar Vesúvio (azul) das histórias de Gabriela. |
Outro marco dos áureos tempos do cacau é o Teatro Municipal, construído na década de 20. O local tem capacidade para 475 pessoas, passou por uma reforma em 1986 que manteve a sua fachada original e construiu uma das infra-estruturas mais modernas do País. Já a história de ascensão e declínio do cacau está disponível no Museu Regional. O acervo apresenta o surgimento e desenvolvimentos do ciclo do cacau com fotos de colonizadores, índios e sociedade.
Cultura
Os cenários que inspiraram Jorge Amado a narrar os movimentos da cidade em seus romances estão à disposição em pleno espaço público. Na cidade do escritor, é indispensável visitar o Bar Vesúvio. Antes freqüentado pelos coronéis e hoje pelos turistas, o local é cenário de Gabriela Cravo e Canela, uma de suas histórias, conhecida pela interpretação de Sônia Braga para a televisão. A Catedral de São Sebastião, localizada no centro da cidade, é um dos principais locais para ser visitado, construída no melhor estilo neoclássico.
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| A Avenida Soares Lopes reúne milhares de foliões no Carnaval de Ilhéus. |
A Casa de Cultura Jorge Amado, erguida pelo seu pai, foi um lugar em que o escritor passou parte da vida e hoje é um museu que trabalha junto à Fundação Cultural, Academia de Letras e Instituto Histórico de Ilhéus, evidenciando a importância para a cidade. Ilhéus também possui o seu Cristo Redentor, menor em tamanho do que a estrutura do Rio de Janeiro, mas não menos importante para os religiosos que moram ou visitam a região. O Convento e Igreja Nossa Senhora da Piedade é mais um belíssimo lugar que deve fazer parte do roteiro de qualquer visitante, onde existe uma área dedicada a um colégio que funciona desde 1916. A igreja tem em seu interior um sacrário riquíssimo, inspirado na arquitetura neogótica.
A culinária regional pode ser deliciada em almoço típico servido na Fazenda Primavera. É interessante aproveitar para conhecer o acervo de peças, documentos centenários e fazer uma verdadeira viagem pelo antigo império. Ilhéus também guarda preciosidades, como a poetisa grega Sapho, imortalizada em uma estátua situada à Praça J. J. Seabra. É a única na América do Sul. Vale a pena conferir.