Ilhas compõem a riqueza de Guaraqueçaba

Apesar da sua extensão territorial, um dos programas imperdíveis de quem visita Guaraqueçaba é explorar as diversas ilhas que integram o município. Mesmo que não se visite nenhuma delas, o passeio pela baía já vale a pena, pois é possível observar diferentes ambientes, como os manguenzais. E dependendo do horário, o visitante também pode ser saldado com as boas-vindas de grupos de golfinhos que habitam a região; ou ainda, observar a revoada dos papagaios chauás.

Nos primeiros minutos do passeio, saindo de Guaraqueçaba, já é possível observar a Ilha de Tibicanga, onde moram apenas pescadores. Uma curiosidade desse local são as placas de energia solar em frente às casas. Elas foram instaladas há cerca de 10 anos para trazer mais comodidade e conforto aos moradores. Logo mais a frente fica a localidade de Poruquara, onde se pode fazer uma caminhada pelo Morro do Bronze. Mais a frente fica a Ilha do Sebuí, uma reserva particular do patrimônio natural (RPPN) composta por vegetação exuberante, com cachoeiras que formam piscinas de água natural e diversas trilhas para caminhada. A entrada no local é controlada e os visitantes que quiserem passar o dia na ilha precisam ir preparados, pois como se trata de uma reserva, não existe infra-estrutura turística.

Ainda de barco se atravessa os canais do Ararapira e Varadouro, que dão acesso à Ilha do Cardoso, já no Estado de São Paulo. Mas seguindo por águas paranaenses se contorna a Ilha do Papagaio, uma reserva controlada pelo Ibama que serve de berçário para os chauás. No local existem cerca de 1,4 mil papagaios catalogados, que por volta das 5h30 e 18h proporcionam uma barulhenta e bela revoada. Ao lado fica a Ilha de Bertioga – atrás da Ilha das Peças – onde funcionam três pequenas pousadas e um restaurante, considerado um dos melhores da região.

Cláudio Graziane
A imensa raiz da figueira do
Rio do Engenho ultrapassa os
seis metros de largura do rio.

Mas a principal atração do passeio é mesmo o Parque Nacional do Superagüi. Criado em 1989, ele era composto pelas ilhas das Peças, de Superagüi, do Pinheiro e do Pinheirinho; e a partir de 1997 incluiu também a comunidade da Vila do Rio dos Patos. O parque foi fundado com a proposta de preservar os ecossistemas existentes na região, servindo ainda de unidade controlada para a pesquisa científica. Nele existe uma variedade de exemplares da flora brasileira, além de servir de morada para espécies raras da fauna, como o mico-leão-da-cara-preta, o colhereiro, tiê-sangue e o tangará. Pela sua importância, em 1991, a Unesco declarou o parque como Sítio do Patrimônio Natural da Humanidade.

Apesar do parque não estar aberto à visitação pública, o seu entorno é liberado. Entre esses locais estão a Vila de Superagüi, onde vivem cerca de mil pessoas – essa população dobra no verão -, que sobrevivem da pesca e turismo. O local oferece acomodações simples e diversas áreas de camping. De lá se enxerga o Farol da Ilha do Mel e o turista pode seguir caminhando ou de bicicleta para a Ilha Deserta, um trajeto de 38 quilômetros de praia.

A equipe do Viagem teve o apoio da Associação Cultural Caburé, do Rio de Janeiro, e da Prefeitura Municipal de Guaraqueçaba.

Salto Morato é vitrine da Floresta Atlântica

Parque Nacional do Superagüi é a morada de espécies raras como o papagaio-da-cara-roxa.

Conhecer de perto as belas paisagens da Floresta Atlântica. Essa é a proposta apresentada ao visitante que chega à Reserva Natural Salto Morato. Criada há dez anos, a reserva tem 2.340 hectares inseridos na Área de Proteção Ambiental (APA) de Guaraqueçaba. Desse total, apenas 2% são acessíveis ao público através de trilhas demarcadas, painéis interpretativos e sinalização. No local existe ainda um espaço para camping com lanchonete e quiosques para piqueniques em meio à floresta.

A reserva é formada por floresta de rica biodiversidade que abriga um grande número de espécies animais e vegetais em frágil equilíbrio, existentes graças a abundância de nascentes – em toda a extensão são cerca de 30. O nome da reserva é uma referência à sua principal atração, o Salto Morato, uma linda cachoeira de mais de 100 metros de altura. O acesso até o local é feito por trilhas sinalizadas, estando entre o caminho, uma ponte pênsil e um aquário natural onde é permitido mergulhar.

Chuniti Kawamura
A Ilha de Superagüi é a mais
famosa das que compõem o
maior atrativo do município.

A segunda atração da reserva é a figueira do Rio do Engenho, cuja raiz forma um portão sobre os seis metros de largura do rio. Para se chegar ao local é preciso pedir auxílio de um guia. A reserva tem ainda um centro de visitantes com auditório, exposição permanente da Floresta Atlântica, centro de pesquisas, laboratório, loja de souvenir e anfiteatro ao ar livre para apresentações especiais. O local serve também de campo de estágio para acadêmicos e aceita a colaboração de voluntários cadastrados. Outro destaque é a promoção de cursos de capacitação em conservação e biodersidade, cuja programação pode ser acompanhada pelo site www.fundacaoboticario.org.br. (RO)

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