Guaraqueçaba é berço do fandango caiçara

O que torna Guaraqueçaba tão especial não é apenas a exuberante beleza dos seus ecossistemas. A cidade também é um dos locais onde se conserva a principal manifestação cultural do Paraná: o fandango. Prova disso foi o encontro de fandangueiros realizado na cidade no mês passado e que reuniu cerca de 20 grupos representantes dos municípios do litoral norte do Paraná – Morretes, Paranaguá e Guaraqueçaba – e sul de São Paulo – Iguape e Cananéia.

Apesar de ter uma origem indefinida – alguns pesquisadores defendem que ele veio de Portugal e Espanha, e outros, que é de origem árabe -, o fandango é classificado como dança popular a três tempos e sapateada. Ele se tornou a principal manifestação cultural ligada ao modo de vida caiçara, que combina a pesca, a agricultura e o extrativismo na região litorânea.

No início, o fandango sempre esteve ligado aos mutirões, que eram trabalhos coletivos onde as pessoas da comunidade se reuniam para fazer a colheita, roçada ou construção e o organizador pagava os voluntários com o baile e comida farta. Mais tarde, se transformou em principal diversão das comunidades, estando presente em festas religiosas e no Carnaval, quando os quatro dias de folia eram regidos por ele.

Depois de um tempo de estagnação, a manifestação cultural vem sendo resgatada, atraindo muitos jovens que estão aprendendo com os ?mestres? fandangueiros não só as cantigas e coreografias, mas também a construção de instrumentos típicos, como a rabeca, uma espécie de violino rústico de três ou quatro cordas; e o adufo, que é um pandeiro feito com madeira e couro de animal. (RO)

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