Enoturismo na bela e gelada São Joaquim

Conhecida nesta época como uma das regiões mais geladas do Brasil, a serra catarinense não tem as temperaturas abaixo de zero e a neve como únicos atrativos.

Natureza intocada, cânions, serras, pomares de maçã e os esportes de aventura são alguns outros chamarizes de turistas para a região.

Nos meses de frio, principalmente, destaca-se também outra característica da serra vizinha: a vitivinicultura. O cultivo das vinhas e a fabricação do vinho traçam um roteiro enoturístico que vem se consolidando, chamando a atenção de turistas de várias partes do País.

A Vinícola Villa Francioni é um dos ícones deste tipo de turismo na região. O empreendimento, localizado em São Joaquim – conhecida como a cidade mais fria do Brasil – é uma atração inesquecível para os que curtem o mundo dos vinhos e da gastronomia.

Os que se interessam por arte e arquitetura também vão ficar encantados. Para o turista que prefere paisagens bucólicas e espaços para contemplação, a vinícola é um prato cheio.

E como uma vinícola consegue agradar públicos tão distintos? Aliando arte, labor, investimento, paixão, todos os componentes que transformam a elaboração do vinho em momentos de prazer.

São exatos 4.478,57 metros quadrados de área construída, capacitada a produzir 300 mil garrafas por ano. O projeto arquitetônico alia as necessidades técnicas da elaboração de vinhos com um veio artístico.

São seis níveis, sendo dois encravados numa encosta de pedra. Um desses níveis da encosta abriga as barricas de carvalho francês onde amadurecem os vinhos. Um segundo subsolo é usado para a elaboração dos espumantes pelo método tradicional, com a segunda fermentação na garrafa.

Os demais níveis são integrados pelo pé-direito alto e por um elevador panorâmico, que permite uma vista completa dos vinhedos. A arquitetura contempla ainda dois espaços para exposições artísticas e três mosaicos completamente integrados à construção. Uma deferência a importantes artistas plásticos de Santa Catarina.

Foto: Anselmo Nascimento

Queda congelada em São Joaquim.

O projeto arquitetônico da cantina priorizou o fluxo gravitacional e a construção foi realizada de forma a evitar ao máximo o uso de transferências mecânicas no processo de elaboração dos vinhos.

Mas não é só a tecnologia aplicada ao processo que surpreende. A arquitetura da vinícola alia com perfeição funcionalidade e arte.

Na construção foram usadas peças de demolição, como portas e vitrais. Os gradis que separam os diferentes níveis da cantina e que guiam os visitantes ao longo do trajeto de acompanhamento do processo vieram, em sua maioria, do Uruguai, de onde vieram também os vitrais e lustres, recuperados em antiquários.

A vinícola conta também com uma loja de vinhos, ricamente decorada. Um bar garimpado em antiquário e uma vista para os vinhedos completam o ambiente. E vale a pena para avistar a paisagem natural, com lagos, araucárias e belas montanhas.

Serviço: a Vinícola Villa Francioni fica na Rodovia SC-438, km 70, a apenas cinco minutos do centro de São Joaquim. As visitas acontecem de quinta a domingo, em três tours por dia: 10h, 13h30 e 15h30.

O número máximo de pessoas por grupo é 40 e as reservas devem ser feitas com um dia de antecedência. O tour inclui uma visita guiada à cantina e uma degustação de três vinhos.

O preço é R$ 20 por pessoa, valor que pode ser integralmente convertido em bônus para a compra de produtos na loja da vinícola. Mais informações: (49) 3233-3713.

Neve não é o único atrativo

São Joaquim, conhecida como a capital da maçã e a cidade mais fria do Brasil, tem como grande atração a neve. Outra atração é o Parque Nacional da Maçã, onde é possível conhecer o artesanato do Planalto Serrano.

Para quem gosta de apreciar a natureza, uma boa dica é visitar o Parque Ecológico. São 30 hectares cobertos por mata, com diversas trilhas pela floresta, que pode ser desbravada somente com o acompanhamento de guias. O parque fica nas margens da SC-438.

Já Bom Jardim da Serra tem a Serra do Rio do Rastro como o grande destaque. Tem montanhas que chegam a 1.467 metros de altitude, cânions, pomares de maçã e animais de várias espécies.

Foto: Norberto Cidade
Salto do Rio Pelotas, em Bom Jardim da Serra.

A natureza preservada é uma espécie de refúgio para lebres, gatos-do-mato, jaguatiricas e pumas, estes mais difíceis de aparecer para os visitantes.

Já os quatis não se assustam com a presença dos turistas e até aceitam ser alimentados. O mirante permite visualizar todas as curvas da estrada em meio à mata nativa.

Bom Jardim também é conhecida como capital das águas, são 18 rios que nascem no município, todos afluentes do Rio Pelotas. São mais de 30 cascatas.

Nos dias frios, em alguns locais, as águas ficam congeladas, proporcionando um cenário inusitado. Nos lagos da região, os patos andam sobre os pedaços de gelo formados por cima da água.

Urubici

Para quem quer sentir frio para valer, a sugestão é pegar o carro e seguir para Urubici. No município está o Morro da Igreja, com 1.828 metros de altura. O pico, onde a temperatura mais baixa já registrada foi de 17 graus abaixo de zero, é considerado o mais gelado do sul do Brasil.

Do alto do morro, é possível avistar parte do litoral de Santa Catarina e um grande cânion. Urubici tem menos de 10 mil habitantes e hoje conta com 17 empreendimentos hoteleiros, entre pousadas, hotéis fazendas e albergues. O grande destaque são as inúmeras opções em esportes de aventura, como arvorismo, trilhas e escalada.

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