Chapecó mostra potencial de turismo rural

Com cerca de 170 mil habitantes, Chapecó, localizada no oeste de Santa Catarina, esconde grandes riquezas. O município é um dos mais ricos do sul do Brasil, conhecido internacionalmente pela exportação de produtos alimentícios industrializados à base de aves e suínos, sendo a Capital Latino-Americana de Produção de Aves e Centro Brasileiro de Pesquisas Agropecuárias.

Mas não é só aos campos e pastos que se resume sua riqueza. A cidade catarinense também tem diversos encantos a serem mostrados aos turistas. O segmento que mais se destaca na região é o turismo rural, afinal, ele está presente em mais de 80% da área.

No Vale do Rio Uruguai, na divisa com o Rio Grande do Sul, encontram-se os principais encantos naturais do município. A revelação de suas belezas começa na estrada de acesso às comunidades de Alto Capinzal e São José do Capinzal, onde predomina uma paisagem rústica e, por isso mesmo exuberante, que permeia as curvas do Rio Uruguai. Ao descer a serra, o turista ainda pode contemplar o vale do rio. A dica é estar no local logo ao amanhecer e vivenciar o espetáculo dos primeiros raios de sol surgindo em meio à névoa que paira sobre a água e envolve todo o vale. A paisagem também pode ser observada do Mirante da Ferradura, a 15 quilômetros do centro.

A generosidade da natureza vai além do verde. Na mesma estrada do Alto Capinzal, há a Trilha do Pitoco, que leva ao recanto ecológico onde os turistas podem praticar rapel. No entanto, as belezas se encontram mesmo é no caminho. São cinco cachoeiras e a maior delas tem 15 metros de altura. Logo na primeira já há uma piscina natural de águas límpidas, próprias para o banho. O mais inusitado é que, geralmente, quem recepciona os turistas é um cachorro. O animal já é tão famoso no local que a trilha foi batizada com seu nome: Pitoco.

O espetáculo das águas continua com as minerais e sulfurosas naturalmente aquecidas em até 45 graus, atração na certa em uma cidade cuja temperatura varia entre 15 e 25 graus. O Balneário Termal tem cinco piscinas, playground aquático infantil, toboáguas, área para camping, recanto ecológico com pista de cooper, lago para pesca esportiva e área arborizada, tudo completado por infra-estrutura de serviços que inclui churrasqueira, lanchonete e restaurante.

As grutas e cascatas também são o orgulho dos chapecoenses. Só a Sede Figueira é composta por três grutas que se formaram na rocha com o adicional de ter uma cachoeira com aproximadamente oito metros de queda d?água. Na propriedade Bertolini, há ainda duas cachoeiras, uma com cinco metros de queda e a outra com três metros, e uma ampla piscina natural. Mas é próximo ao local, na Gruta da Sede Trentin, que está a maior delas com trinta metros de altura. Essa cachoeira também é especial por representar um outro tipo de turismo disponível na região: o religioso, pois em meio à formação rochosa e à vegetação, há uma imagem de Santa Lúcia que atrai turistas, principalmente no mês de fevereiro, quando acontecem romaria e festas.

O turismo religioso também tem seu espaço garantido na Capela São Carlos. Com arquitetura em estilo franciscano em madeira e telhas de zinco, a igreja marca a chegada dos primeiros colonos vindos do Rio Grande do Sul, em 1947. A Catedral Santo Antônio é outro ponto de referência aos religiosos que visitam a cidade, mas é atrás dela que se concentra um verdadeiro oratório a céu aberto. No local, uma gruta com imagens de Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora das Dores e Nossa Senhora das Graças atraem e comovem os fiéis católicos.

Chapecó homenageia seus colonos

Monumento O desbravador é
uma homenagem aos gaúchos.

Com apenas 89 anos de idade, Chapecó valoriza seu patrimônio histórico-cultural com a preservação dos costumes de seus colonizadores e das reminiscências do primeiro povo a habitar suas terras, ou seja, os índios. Os gaúchos mantêm os CTGs (Centros de Tradições Gaúchas) e, em homenagem a esse povo, que deu início à construção do município, foi erguido o monumento O desbravador. A estátua mostra a figura de um gaúcho empunhando um machado, simbolizando o trabalho, e tem na mão esquerda um louro, que representa a conquista e a vitória. Em sua base está o Memorial Paulo de Siqueira, artista plástico criador da obra que hoje é cartão-postal de Chapecó.

Já os índios são lembrados na Reserva Ximbamgue, onde os turistas podem não só conhecer um pouco dos primeiros habitantes da região, como também levar para casa o artesanato local. O Museu Municipal Antônio Selistre de Campos também transporta os turistas ao passado. Abriga um importante acervo de arqueologia, artes e costumes dos índios, dos alemães e dos italianos. Esses últimos ainda estão presentes no Recanto dos Pinhais, que oferece comidas típicas, açudes para pesca e trilha, e no Museu da Cultura Italiana, localizado na Colônia Cella.

Na principal praça, a Coronel Bertaso, mural ilustra um pouco história da cidade, mais especificamente o ciclo da madeira.

E, por fim, o que não pode faltar a nenhuma cidade turística de origem rural: uma bela praça onde moradores e turistas podem conversar e trocar experiências. Localizada no centro, a Praça Coronel Bertaso é o ponto de encontro da cidade. Um grande mural ilustra um pouco história da cidade, mais especificamente o ciclo da madeira, primeira fonte econômica de Chapecó entre as décadas de 20 e 50.

Hospedagem

Uma opção de hospedagem na cidade é o Bristol Lang Palace Hotel, com diárias a partir de R$ 124 para o casal durante a semana e R$ 112, nos finais de semana, com café da manhã e uma vaga no estacionamento. O hotel fica na Avenida Nereu Ramos, 1057. Informações: 0800-41-1816.

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