Abav sonha com porto receptor de cruzeiros

“Por que o Porto de Paranaguá não se prepara para receber navios de cruzeiro, que é hoje uma das coqueluches do turismo brasileiro?”

A indagação do presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagem – Seção Paraná, Joel Duarte, ao abrir o Salão Profissional de Turismo, no último dia 11, mostra o mais atual objeto de luta da entidade. Para Joel, poder receber os turistas que viajam pelo Brasil em cruzeiros é hoje a “menina dos olhos” da Abav porque é a grande oportunidade de o Paraná desenvolver o seu turismo receptivo. “Imagine que maravilha um navio com 1,8 mil passageiros desembarcar no porto de Paranaguá e estes turistas poderem conhecer as cidades históricas do litoral e depois subirem pela Graciosa, para passar o dia em Curitiba… quantas profissionais nós iríamos mobilizar, o quanto iríamos movimentar o setor…”, sonha Joel. “Nasceriam produtos diferenciados, operações combinadas, ou seja, haveria um desenvolvimento natural do setor turístico”, complementa.

Além de empresas de transporte, agências de viagem, operadoras, guias de turismo, restaurantes, ganhariam também os hotéis que poderiam trabalhar com sistemas de “day-use”, que permite ao hóspede ter a comodidade de um hotel durante todo o dia, sem precisar pagar uma diária completa.

Para o presidente da Abav, a situação do turismo internacional pela crise financeira mundial faz com que os profissionais do turismo brasileiro passem a procurar novos nichos. Por outro lado, os estrangeiros, mais do que nunca, estão percebendo que o Brasil é um ótimo país para investir. “O grupo português Vila Galé é um exemplo: está construindo, em um espaço de vinte quilômetros da Praia do Futuro, em Fortaleza (CE), dez hotéis que devem ficar prontos até o ano que vem”, informa.

Joel Duarte diz que a Abav-PR já informou à Secretaria Estadual de Turismo sobre sua posição favorável em relação à abertura do porto de Paranaguá na recepção de navios de cruzeiro e que o secretário José Cláudio Rorato mostrou receptividade para discutir o assunto.

Sonho está mais próximo

O sonho da Abav-PR em desenvolver o turismo receptivo com a atracação de navios de cruzeiro em Paranaguá pode estar mais próximo de ser concretizado do que se imagina. O superintendente do Porto de Paranaguá, Eduardo Requião, informou que a ponta do terminal oeste do porto está programada para ser um terminal de passageiros. As obras, que representam um investimento de R$ 150 milhões por parte do governo federal, devem estar concluídas dentro de trinta meses.

De acordo com o superintendente, com isso, o Paraná estará apto a receber grandes navios de cruzeiro para fortalecer o turismo no Estado. Ele frisa também que atualmente, apesar de não poder receber grandes transatlânticos, hoje o porto não é meramente de circulação de cargas pois recebe navios de passageiros, porém, menores que os de cruzeiro.

Eduardo disse acreditar no grande potencial turístico do Paraná, principalmente no que diz respeito ao turismo ecológico. Ele ressaltou a posição privilegiada do porto como ponto de chegada e partida de visitantes e as vantagens para o turista que chega ao Paraná por mar e queira conhecer outros pontos turísticos. “Temos aqui perto duas cidades históricas, estamos a apenas trinta minutos de Superagüi e a 45 minutos de Curitiba e ainda há possibilidade de o turista visitar Vila Velha (Parque Estadual, em Ponta Grossa)”, citou. “Estamos muito perto também do aeroporto, facilitando às pessoas que quiserem seguir para Foz do Iguaçu”, complementou.

O superintendente informou ainda que um grupo francês representado por Hendrikus Johannes Bonda apresentou proposta e pediu autorização para a construção de um terminal flutuante de passageiros, em frente à Ilha da Cotinga. O projeto, que representa um investimento de R$ 1,98 milhão, foi elaborado em maio de 2000 e apresentado ao governo do Estado no mês passado. Trata-se de uma parceria da Universidade de Sorbonne, em Paris, Unesco e Universidade Tuiuti, de Curitiba. O objetivo é incentivar estudos e pesquisas no litoral do Paraná.

Voltar ao topo