Teste de hipóteses na estatística (II)

Para se tomar uma decisão os passos do teste de hipótese são os seguintes: 1. formular hipóteses nula e alternativa; 2. decidir qual a estatística (estimador) a ser utilizada para julgar a Hipótese H0, usando a teoria estatística; 3. fixar o nível de significância e, ao mesmo tempo, construir a região crítica; 4. calcular a estatística da amostra.

Como diz Costa (1998, p. 134): “Hipótese é uma conjectura, uma resposta provisória que, de acordo com certos critérios será rejeitada ou não rejeitada. […] O pesquisador pode às vezes prescindir de experimentos: tira suas conclusões (respostas) dos próprios dados e das relações existentes entre eles. É como se a natureza ela própria tivesse “realizado um experimento” antes da intervenção do pesquisador. […] Por isso, em lugar de aceitar, o cientista prefere ser mais cauteloso e não rejeitar, associando-se a essa última expressão”.

O procedimento usual do pesquisador é levantar dados para responder a perguntas que permitam localizar respostas para a tomada de decisão. O estatístico gera as hipóteses para as perguntas emanadas do pesquisador – determina as hipóteses, estabelece o nível de significância do teste. A partir do nível de significância escolhe-se o tipo de teste mais conveniente, pois existem testes que apresentam vantagens e desvantagens. A escolha correta exige a necessidade de conhecimentos estatísticos. É por este caminho que se deve chegar a um “valor numérico”.

Como diz Vieira (1980, p. 106): “[…] chega-se a um valor numérico e, com base nesse valor, decide-se se a hipótese da nulidade deve ser rejeitada ao nível de significância estabelecido. O pesquisador deve, então, discutir esta informação”.

Cada uma das hipóteses formuladas no quadro conceitual deve ser verificada. Quando os dados coletados são de natureza quantitativa, esta verificação deve ser feita com a ajuda de ferramentas estatísticas. A natureza da hipótese constitui o primeiro determinante da escolha da ferramenta estatística. Neste caso, devem ser levados em conta as características da estratégia da pesquisa, o modelo e as variáveis medidas.

A experiência fundamentada na tomada de decisão mostra que é sempre importante testar as hipóteses sobre a natureza da realidade, mesmo que a sugestão seja de aceitação dos fatos com lógica. A hipótese é um bom caminho, mas o mais importante é fundamentar a decisão.

Para concluir diz Levin (1987, p. 156): “Nunca podemos estar certos de que não tomamos uma decisão errada relativamente à hipótese nula, já que examinamos apenas uma amostra e não a população toda. Como não temos conhecimento dos verdadeiros valores populacionais, corremos o risco de cometer um erro do tipo I ou um erro tipo II, dependendo da nossa decisão. Tal risco, na tomada de decisões estatísticas, depende da disposição do pesquisador.”

A hipótese pode ser nula ou probanda, quando não há diferença entre as médias e experimental ou alternativa, quando há diferença entre as médias. A diferença amostral entre estas médias é o ponto de estudo para a tomada de decisão, pois aqui concentram-se os registros das freqüências. São as ocorrências que mais se repetem, e merecem maior atenção. A diferença amostral de diferenças permite uma base mais assentada para se testarem hipóteses sobre a diferença média entre duas amostras aleatórias.

A Estatística utiliza elementos conceituais de matemática – somatórios, análise combinatória, equação da reta, números irracionais e logaritmos. Tais elementos utilizam-se para indicar a soma de n valores, números fatoriais, obtenção da reta no sistema de eixos cartesianos e cálculos logarítmicos, respectivamente.

BIBLIOGRAFIA: COSTA, Sérgio Francisco. Introdução Ilustrada à Estatística. São Paulo: Editora Harbra. 1998; LEVIN. Jack. Estatística aplicada a ciências humanas. São Paulo: Editora Harbra. 1987; VIEIRA, Sonia. Introdução à Bioestatística. Rio de Janeiro: Editora Campus. 1980

Alexandre Silva S. Lôbo

é professor, consultor, doutor em Ciência do Meio Ambiente, mestre em Sociologia, pós-graduado como analista do Desempenho Escolar e graduado em Sociologia e Política e Administração Pública.

Voltar ao topo