Tecnologia transformada em medalhas

Os Jogos Pan-Americanos Rio 2007 terminam hoje, depois de 18 dias de disputa. Na competição, os 659 atletas da delegação brasileira lutaram e muito por medalhas para o País. Nessa disputa, alguns aspectos, que acabam passando despercebidos pelo público, são importantes para os competidores. A tecnologia empregada nos uniformes e equipamentos utilizados por eles talvez sejam, hoje, um dos ingredientes que mais influem para um bom resultado nas competições. 

De acordo com o gerente de Comunicação e marketing esportivo da Olympikus, marca que veste a delegação brasileira, Márcio Callage, o Pan-Americano do Rio foi o maior investimento feito pela empresa em sua história. ?Nossa estratégia foi baseada em design e tecnologia. Da mesma forma que um uniforme eficiente para o atleta é importante, investimos também no visual para que o consumidor também perceba que ali há tecnologia. Foram R$ 100 milhões em investimento para isso?, disse.

Para a tarefa de desenhar as peças, a Olympikus contratou uma empresa carioca de moda, que ficou encarregada de ?dar vida? aos 130 diferentes modelos que foram utilizados no Pan. Além de cores fortes e desenhos que lembram a flora brasileira, o objetivo no design era, também, intimidar os adversários. ?Para os novos uniformes, partimos de duas premissas: a tecnologia deveria ser a melhor possível e o desenho deveria chamar a atenção de qualquer um que tivesse contato com as peças, o que conseguimos, com uma proposta inédita de utilizar as cores do Brasil em gradiente?, explica Paulo Santana, diretor de marketing da Calçados Azaléia, detentora da marca Olympikus.

No campo desempenho, a empresa resolveu investir pensando no atleta em todos os momentos no Rio de Janeiro. ?Nossos uniformes, tanto de treino quanto de jogo, foram elaborados com o Solar Tech, um tecido que tem fator de proteção solar 50. Dessa forma, não houve o risco de um atleta pegar uma insolação ou ficar debilitado antes mesmo da competição começar?, explicou Márcio. Mesmo no inverno, o forte calor carioca não foi deixado de lado no desenvolvimento. ?Também usamos a tecnologia Dry Action, que mantém o uniforme seco mesmo com a transpiração e ajuda a manter o equilíbrio térmico do corpo?, disse.

As particularidades de cada esporte também foram respeitadas. Segundo Márcio, o desenvolvimento dos trajes teve de levar em conta as diferenças nas modalidades. ?Para as provas rápidas do atletismo, desenvolvemos um macaquinho que pesa apenas 110g. Mas, no caso do basquete, por exemplo, fizemos uma camiseta mais pesada para que, quando o atleta arremessa, ela não fique levantando?, concluiu.

Uniforme melhora o desempenho nos esportes aquáticos

Nos esportes aquáticos a influência dos uniformes aumentou a partir das Olimpíadas de Sidney, em 2000. Na ocasião, a Speedo, marca que também vestiu os brasileiros durante o pan, lançou o tecido FastSkin e os atletas que o vestiam bateram 13 dos 15 recordes mundiais que caíram nas piscinas. A mágica: diminuir o atrito.

Para o pan, foi lançada a evolução do material. ?Com o FastSkin FS II chegamos a uma roupa que, no caso masculino, possibilita 8% menos arrasto do que a sunga e no feminino 7% menos arrasto do que um maiô tradicional olímpico e, dependendo da silhueta, de a 4% a 3% menos que o fastskin antecessor ?, diz diretor de marketing da Speedo, Roberto Jalonetsky.

Na pesquisa, foram utilizadas tecnologias da indústria aeroespacial e até cinematográfica, com a criação de manequins baseados nos atletas de elite da natação. ?Todas estas informações coletadas foram extremamente importantes para desenvolver o novo traje. Foi graças à tecnologia da informática e das análises de dinâmica de fluído computacional que pudemos chegar ao traje mais rápido do mundo. Mais de mil testes foram realizados com atletas para saber qual combinação e orientação possibilitavam menor arrasto e chegar ao resultado final?, explicou.

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