PUCPR terá rede sem fio em campus

A Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) assinou na semana passada convênio operacional com a Newmarket Technology e a subsidiária brasileira da empresa americana, a Redmoon Brasil. O acordo é para dar início à implantação da nova tecnologia Mesh de transmissão sem fio de dados e voz no campus e nos hospitais Santa Casa e Cajuru, em Curitiba. Até o final de fevereiro, a mantenedora da universidade, a Associação Paranaense de Cultura (APC), espera que a rede esteja disponível.

Com a assinatura do convênio, a instalação do novo sistema de acesso à internet já está iniciada. Um dos objetivos é permitir a democratização do acesso a essa tecnologia de ponta. Outra oportunidade que chega com a nova rede é que, a partir dessa tecnologia, outras soluções e aplicações podem ser criadas. ?Com certeza será uma nova oportunidade de negócios?, completa o presidente da APC, Marco Cândido.

Foto: Aliocha Mauricio

Hospital Universitário Cajuru receberá a rede sem fio.

De acordo com Cândido, com esse acordo, a Newmarket e a Redmoon disponibilizarão equipamentos e tecnologia para que a rede Mesh se estabeleça na área coberta pelas três bases. ?É uma tecnologia de ponta que permite, além do acesso à internet de todos os que estão no campus, o desenvolvimento de uma série de negócios e aplicativos, desde projeto de segurança até outras aplicações na comunidade em geral?, explica.

Segundo Cândido, nesse triângulo onde o projeto piloto será implantado há uma área importante de cunho tecnológico e de inovação. ?Esperamos que a rede permita a atração de novos negócios de base tecnológica?, afirma. Em relação ao acesso democratizado, ele completa que, a partir de fevereiro, ?toda comunidade universitária terá acesso a wireless, com conexão de qualidade?. O presidente da APC ainda completa que, sendo protagonista tecnológico, a universidade deve estar na fronteira dessa tendência. ?Essa questão da conectividade é irreversível. Hoje não se pode pensar o mundo onde não há conexão wireless?, conclui Cândido.

Foto: Chuniti Kawamura
Noller: expansão em breve.

De acordo com o diretor da Redmoon, Frank Romanoski, esse passo que está sendo dado na instalação da tecnologia Mesh fora dos Estados Unidos é o primeiro. Segundo ele, o País foi escolhido pois o governo federal já tem um ?movimento em relação à democratização da tecnologia?. ?Nosso foco era São Paulo, mas lá, sendo grande mercado, tudo era mais difícil. Aqui, em Curitiba, encontramos tradição em ser cidade piloto para várias iniciativas. Nos deparamos com APC que já pesquisava a tecnologia Mesh, mostramos o que temos e fechamos o acordo?, explica.

A tecnologia é utilizada nos Estados Unidos há seis anos, em 17 cidades norte-americanas. No Paraná, o objetivo das empresas, como comenta Romanoski, é conseguir, rapidamente, engajamento com a Prefeitura e outros órgãos públicos. ?Para expandir esse projeto para que outros sejam iniciados e disponibilizados para a população em geral?, afirma. Para o diretor da Newmarket Technology, Bruce Nol-ler, isso será possível em breve. ?Sentimos que Curitiba está bastante aberta a novas tecnologias. É um lugar perfeito para testes?, diz.

Empresa paranaense já visualiza aplicações

Foto: Chuniti Kawamura
Schreiber: oportunidades.

Durante a assinatura do acordo na PUCPR, uma das ?empresas? que já estavam interessadas em conhecer mais a nova tecnologia era o Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento – Lactec, que desenvolve projetos em parceria com a Copel e a UFPR, por exemplo. De acordo com o gerente do Departamento de Tecnologia de Informação, Jefferson Schreiber, uma reunião com a PUCPR, Newmarket e a Redmoon já foi marcada para este mês. ?Vamos tentar viabilizar um convênio já para janeiro. Como uma de nossas associadas, a Copel, está interessada, podemos desenvolver novas tecnologias. A instalação dessa rede abre um leque para segurança e monitoramento das usinas, para medição do consumo de energia. Enfim, abre oportunidade para a Lactec desenvolver novas aplicações?, comenta.

Ainda segundo Schreiber, o Lactec já desenvolveu estudos em tecnologia Mesh, mas ainda não está totalmente familiarizado. ?Tendo um case aqui esse acesso fica possível?, conclui. (NF)

Entenda como funciona a Mesh

Foto: Chuniti Kawamura
Romanoski: baixo custo.

As redes Mesh são uma forma de transmissão de dados e voz semelhante às redes a cabo ou wireless. Elas são compostas por vários nós (roteadores conectados à internet) espalhados pelo local, mas que estão conectados a um ou mais nós. Desta forma é possível transmitir mensagens de um nó a outro por diferentes caminhos. Dessa forma, a conexão do usuário com a rede não segue apenas um caminho, pois a Mesh encontra o melhor e mais rápido caminho entre o aparelho portátil com os servidores.

O segredo do sistema está num protocolo de roteamento, que faz a varredura das diversas possibilidades de rotas de fluxo de dados, onde o equipamento seleciona qual a rota mais eficiente a seguir para chegar ao seu objetivo, levando em conta a rota mais rápida, com menos perda de dados ou acesso mais rápido à internet, além de outros. Essa varredura é feita centenas de vezes por segundo, sendo transparente ao usuário.

Foto: Chuniti Kawamura
Pacheco: maior velocidade.

Como explica Frank Romanoski, da Redmoon Brasil, a tecnologia Mesh é de baixo custo e maior velocidade de expansão. ?A partir de uma central, que hoje vai ser instalada na PUCPR, por subtrasmissores, facilmente vou aumentado a minha área de abrangência. A diferença em relação a outras tecnologias wireless é o custo desse processo.? Ainda segundo ele, a vantagem da rede é que também é mais segura.

O diretor de novas tecnologias da PUCPR, Edson Pacheco, garante que, quando a tecnologia estiver instalada, qualquer pessoa no campus que tiver um palm ou um laptop conseguirá acessar a internet. ?Essa é uma internet a rádio, como várias, porém a tecnologia tem o diferencial de ser mais barata e fácil. Imagine esse acesso todo disponível na cidade? É para isso que estamos caminhando?, afirma.

De acordo com Romanoski, a lista de aplicativos a partir da rede é grande. ?Na área de segurança, podem ser pensados dispositivos digitais de câmeras, ou comunicação de polícias e bombeiro e ainda controle de tráfego. Podem ainda ser criados leitores digitais de medidores de água, luz e gás?, expõe. (NF)

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