Influência do homem na Antártida

Caiu a população de aves na Baía do Almirantado, onde ficam estações antárticas de quatro países, inclusive a do Brasil, na Ilha de Rei George, Antártida. A conclusão é do professor de zoologia animal da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), Martin Sander, que há 20 anos estuda as aves daquela região e participou da 22.ª Operação Antártica, da Marinha. No início dos anos 80, estimava-se que na região havia 42 mil aves. Escassearam principalmente pingüins, petréis e gaivotinhas antárticas. Sander calcula que hoje existam entre 25 e 30 mil. Para ele, a ação do homem é uma das principais causas dessa redução, aliada às mudanças climáticas. O professor defende a criação de “áreas-tampão”, que limitem a circulação de pessoas na Baía do Almirantado. A equipe de pesquisadores coordenados por Sander fez um teste com um termômetro a laser que dá idéia de como a ação do homem influencia na população das aves. O equipamento permite que se tome a temperatura de qualquer superfície a curta distância. Um ovo sendo chocado no ninho estava a 39 graus. Ao menor movimento humano, a ave alçou vôo, baixando a temperatura do ovo à metade. Dois minutos depois, ele estava a 4 graus – temperatura ambiente. “Passos perto do ninho, o sobrevôo de um helicóptero, afastam a mãe e o ovo congela rapidamente”, diz Sander.

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