Ecossistemas brasileiros ameaçados

Da mata atlântica, que vem sendo destruída desde o descobrimento do Brasil, sobraram apenas 8% da cobertura original. Do cerrado, que começou a ser ocupado bem mais tarde, permanecem 22%. Nos últimos anos, a situação ficou um pouco melhor na mata atlântica, em termos de pressão antrópica. No cerrado, entretanto, o risco continua alto. Os dois ecossistemas brasileiros são os únicos presentes em uma lista de 34 ambientes mundiais ameaçados de extinção, divulgada na última quarta-feira pela Conservação Internacional. Desde 1999, a instituição não-governamental trabalha com o conceito de hotspots, termo concebido pelo ecólogo inglês Norman Myers, em 1988. Segundo ele, para uma área qualquer do mundo ser enquadrada nessa classificação ela precisa ter perdido 75% no mínimo de cobertura vegetal e contar com pelo menos 1.500 espécies de plantas endêmicas. Na lista de Myers, publicada em forma de livro, os dois biomas brasileiros também estavam presentes. "Os hotspots foram revistos nos últimos anos e o cerrado permanece na lista. Não tem como ser retirado", disse o pesquisador Mario Barroso, gerente da Conservação Internacional (CI) para o bioma cerrado. "Apesar de todos os esforços, as pressões continuam grandes. A ocupação é alta e o comprometimento dos recursos aquáticos também." As áreas geográficas mais ameaçadas, segundo a análise da CI, estão no sul do Maranhão e do Piauí e no oeste da Bahia. "Não apenas a soja, mas a agricultura mecanizada como um todo, algodão e milho também estão devastando o cerrado", afirma Barroso.

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