Decisão do Uruguai por modelo de TV digital europeu não afeta Brasil, diz Costa

Brasília – A decisão do Uruguai de adotar o modelo de televisão digital europeu (DVB) não atrapalha os planos de Brasil de divulgar o sistema brasileiro ? desenvolvido com tecnologia japonesa ? pela América do Sul. A avaliação é do ministro das Comunicações, Hélio Costa, que diz que o país vizinho só tem a perder com o modelo europeu.

?É mais ou menos como se uma pequena cidade do interior de São Paulo decidisse fazer uma experiência com algum outro projeto?, disse Costa. ?O nosso projeto de é tão grande, tão abrangente e tão completo que não faz muita diferença.?

O ministro falou à Agência Brasil na última quarta-feira (5), durante evento na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), na adesão de concessionárias de telefonia ao Plano de Metas para a Universalização do Serviço Telefônico Fixo.

O Uruguai anunciou no final de agosto a escolha pelo padrão de televisão digital europeu. Um decreto do presidente, Tabaré Vazquez, do dia 28 determina ao Ministério da Indústria, Energia e Mineração e ao orgão regulador do setor no país que definam um cronograma e marcos técnicos para a implantação do sistema. O país é o primeiro a adotar o modelo europeu na América Latina.

Segundo Hélio Costa, o Brasil vai produzir equipamentos para a televisão digital brasileira em cidades na fronteira com o Uruguai. Com isso, disse, os uruguaios não conseguirão capitar o sinal brasileiro, além de perder a oportunidade de comprar aparelhos que podem ser mais baratos. ?Eles poderiam pegar nossas imagens e não vão poder porque estão com o sistema errado?, afirmou.

Questionado sobre a possibilidade de a Argentina e o Chile também aderirem a um modelo de televisão digital diferente do desenvolvido pelo Brasil, o ministro disse que não teme um isolamento. ?Nós temos a maior população da América do Sul?, comentou.

O ministro explicou também que o modelo de recepção de canais de TV é diferente entre os países sul-americanos. Enquanto Argentina e Uruguai, por exemplo, têm 90% das recepções via satélite ou a cabo, o Brasil tem 90% em sinal aberto.

Em agosto, Hélio Costa disse que o governo do Brasil e o do Japão se uniram para divulgar ao governos da América do Sul o Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre (SBTVD). Na ocasião, anunciou que equipes visitariam a Argentina e o Chile.

De acordo com informações da página na internet da Presidência da República do Uruguai, a opção pelo DVB se deu pela possibilidade de desenvolvimento de vários conteúdos ? o que contribuiria para a diversidade cultural ?, novos serviços e empreendimentos tecnológicos, além da criação de empregos e inclusão social.

Outro ponto que o governo uruguaio destaca é a possibilidade de economizar com os custos dos equipamentos: ?A norma [DVB] permite o uso de decodificadores para serviços interativos e não requer aparelhos de televisão sofisticados, permitindo reduzir a exclusão digital?.

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