Comércio eletrônico vai continuar sendo elitista

São Paulo 

– Por mais que as iniciativas de inclusão digital ganhem força no País, há pelo menos um nicho tecnológico que permanecerá, por muito tempo, distante das classes mais baixas: o comércio eletrônico. A constatação leva em conta os pré-requisitos básicos para um cidadão comum tornar-se um e-consumidor: ter acesso à Web, um cartão de crédito e, principalmente, “caixa” – fatores que dependem da realidade socioeconômica e não apenas da disponibilidade de equipamentos. “Em dez anos, as classes D e E vão responder por, no máximo, 2% do nosso faturamento”, afirma Peter Furukawa, diretor de Marketing da maior loja virtual do País, o Submarino, que no ano passado faturou R$ 76,6 milhões.

De acordo com Furukawa, o perfil dos consumidores do Submarino, líder em audiência entre as lojas virtuais brasileiras, revela que a esmagadora maioria pertence às classes A e B. “Hoje, 80% dos nossos consumidores estão nessas camadas”, diz o executivo. “Apenas 5% dos compradores são provenientes da classe C e ainda não há participação dos demais brasileiros.” Em dez anos, acrescenta o executivo, apenas 10% das vendas do shopping virtual serão geradas pela chamada classe média.

Os dados do Submarino ganham força quando comparados a duas pesquisas sobre internet divulgadas recentemente, do instituto de pesquisas online QualiBest e da e-bit, que elaborou a sexta edição do Web Shoppers. De acordo com o instituto, que ouviu 239 internautas entre os dias 24 de maio e 19 de junho, os consumidores online têm entre 21 e 30 anos (56% da amostra pesquisada) e curso superior completo (35%). Já o Web Shoppers constatou que 43% dos e-consumidores têm renda familiar entre R$ 3 mil e R$ 8 mil e apenas 7% daquele universo recebe menos de R$ 1 mil por mês.

Para a diretora-comercial da QualiBest, Daniela Chammas Daud, os números permitem concluir que o comércio eletrônico ainda é para poucos – e do topo da pirâmide.

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