Mulheres de Sucesso: a psicóloga Verônica Stasiak

Quem vê a Verônica Stasiak pela primeira vez nem imagina tudo que ela já passou na vida. Mesmo tão jovem – a psicóloga tem apenas 26 anos -, ela é dona de uma bonita história de superação, dessas que a gente só vê nos filmes. Diagnosticada com uma doença pouco conhecida, a fibrose cística, Verônica teve que lutar por sua vida com unhas e dentes. Agora, com a doença controlada, ela ajuda outras pessoas que passam pelo mesmo problema. Aqui, ela conta como surgiu o Instituto Unidos pela Vida.

– Há quanto tempo você sofre desta doença?

Desde meus primeiros meses de vida, tive várias pneumonias graves. Aos 18 anos, fui internada por causa disso e tive que retirar uma parte do pulmão direito. Depois, tive várias complicações. Mas só em 2009 fui diagnosticada com fibrose cística mesmo.

– Como se deu essa descoberta?

Era meu último dia de férias do trabalho, quando comecei a ter dificuldade para respirar e fui ao hospital. Ia só fazer uns exames e voltar para casa, isso já fazia parte da minha rotina. Mas a médica disse que eu precisaria ficar internada e que, “se fosse eu, não negociaria a minha vida”. Passei um mês no hospital, voltei para casa, mas logo tive uma pancreatite e voltei para lá. Foi quando recebi o diagnóstico.

– E como surgiu a ideia de criar o instituto?

Durante essa internação de um mês, sonhei que fundava um grupo para ajudar pessoas com problemas respiratórios. Quando descobri que era fibrose, foi uma notícia boa, pois, finalmente, tinha esperança de recuperar qualidade de vida. E não me saía da cabeça a quantidade de pessoas que tinham diagnósticos imprecisos como eu tive antes.

– Foi então que o sonho se tornou realidade?

Na época em que tive o sonho, esbocei um projeto. Então, quando descobri a fibrose, recuperei-o e comecei a pesquisar sobre a doença para adaptá-lo. Passei, então, a divulgar as informações em um blog e conheci muita gente. Depois, criamos um grupo informal, que virou organização não-governamental em 2011.

– Antes disso, já era engajada em trabalhos voluntários?

Fui escoteira e sempre gostei muito do movimento por ter uma grande vontade de ser útil a alguém. Hoje, me dedico exclusivamente ao instituto. Apesar de não receber nada por isso, faço tudo com muito amor. Se deixar, trabalho de domingo a domingo, mas sei que tenho que priorizar meu tratamento, pois é o que preciso para continuar vivendo.