Franquia é uma oportunidade de negócio em plena expansão

Quem lê o TDelas regularmente às segundas-feiras já sabe que, cada vez mais, as mulheres estão se aventurando em negócios próprios. Entre 2001 e 2011, a quantidade de empreendedoras no Brasil aumentou 21% – mais do que o dobro do crescimento registrado entre os homens -, segundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Apesar disso, uma revolução ainda está um pouco distante.

Mesmo no mercado de franquias, que teve um crescimento de 16,2% no faturamento, de 2011 para o ano passado, segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), o movimento de imposição feminina está atrasado. Apenas 13,9% das franquias brasileiras são administradas por mulheres. E, aqui no Paraná, ainda há muitas possibilidades. Um levantamento feito no ano passado pela entidade aponta que apenas 6,1% das unidades das franquias ficam no estado.

Vendo esta oportunidade, Juliana Blanski Costa encarou o desafio de trazer a irreverente Cervejaria Devassa para o público curitibano no final de 2010. “Essa exclusividade me chamou a atenção e o produto é excepcional. No começo, deu um pouco de medo porque o mundo das cervejarias é machista, mas isso já passou”, conta. Ela conheceu a marca em uma feira da ABF, que acontece todos os anos em São Paulo, e entrou na sociedade com o marido.

Aos poucos, foi trocando a Nutrição por seu próprio negócio, buscando informações sobre administração e economia. Fez cursos, assistiu a palestras e leu vários livros. Também visitou as unidades da cervejaria que já existiam. “A franquia oferece um suporte inicial. Sem ele, eu não teria mudado de área”, revela. Com o sucesso da primeira loja, na Praça da Espanha, o casal decidiu abrir a segunda, no Alto da XV, este ano.

Além de administrar, ela serve mesas e recepciona os clientes. “Isso faz com que você realmente conheça o negócio, e faz você ser mais respeitado pelos funcionários”, garante.Mas ainda sofre com a pergunta: “Você é esposa do dono?”. No começo, também ouvia piadinhas sobre a “loira da Devassa”. Nada disso desanimou a empresária, que sempre levou tudo na brincadeira. “Ser mulher ou não, em um mercado masculino ou não, não interfere. A mulher trabalha tanto quanto o homem e pode estar à frente de um negócio sim”, ressalta.

Intercâmbio

Tayana Damiani, que abriu em março deste ano, sozinha, uma franquia da Canadá Intercâmbio em Curitiba, encontrou a empresa pesquisando pela internet. Ela mesma, que é formada em Turismo, já tinha feito intercâmbio no Canadá e decidiu abrir o próprio negócio há um ano. “Eu vivia presa ao trabalho e percebi que poderia trabalhar o mesmo tanto, só que para mim. Procurei uma franquia pela segurança. O risco de dar errado é menor e eu sabia que a matriz me ofereceria apoio em administração e marketing, coisas com as quais eu não tinha experiência”, conta.

Ela fez contato com o dono da empresa pela internet. Em poucos dias, já agendou a visita à primeira franquia, que fica em São Paulo e é administrada por uma mulher, tão jovem quanto ela. Ficou lá uma semana em treinamento e, depois, mais um mês no Canadá. Em 21 de março, depois de estudos de concorrência e viabilidade, Tayana recebeu os primeiros clientes. Desde então, ela está disponível quase 24 horas para atendê-los, em maioria, executivos, que não têm tempo de procurá-la em horário comercial.

O atendimento estendido também serve para manter contato com o Canadá, já que a diferença de fuso horário é de seis horas no horário de verão e quatro horas nos outros períodos. Por enquanto, ela tem apenas uma estagiária, mas já busca pessoas para contratar. Ela espera encontrar funcionários que tenham a mesma experiência que ela no exterior. “É mais fácil de incentivar as pe,ssoas quando você gosta do que está vendendo e já vivenciou”, afirma.

Aliocha Mauricio
Tayana optou pela franquia pela segurança.