Existe momento certo para engravidar?

Para muitas mulheres a realização pessoal passa pela experiência de ter filhos. Pode ser antes ou depois de encaminhar a carreira, o certo é que quem decide engravidar deve avaliar bem o momento. “Quem já passou por isso, no entanto, sabe que tomar a decisão de engravidar nem sempre é fácil. Equilibrar-se nos papéis de mãe e profissional é um dos principais desafios da mulher”, defende a psicóloga Luciana Leis, da Clínica Gera em São Paulo.

Felizmente hoje a maternidade em nada impede a mulher de ser bem-sucedida profissionalmente. Ao contrário, “hoje, as profissionais estão se dando conta de que a maternidade potencializa as competências e ajuda na gestão da carreira e dos negócios. Mas para que esta experiência possa ser vivida de forma saudável é preciso que a mulher abra espaço para a maternidade na sua vida”, afirma a psicóloga, que é especializada no atendimento a casais que enfrentam problemas de fertilidade.

A escolha do melhor momento é muito particular. A psicóloga ressalta que ” não há regras e tudo depende do lugar em que a pessoa está. Algumas mulheres esperam a estabilidade profissional e emocional da faixa dos 40 anos, enquanto outras acham que aos 20 anos podem parar para ter o bebê e correr atrás do desenvolvimento profissional depois”.

A especialista relaciona algumas atitudes essenciais para quem deseja engravidar e também para as futuras mamâes. 

1) Planejamento: planejar a gravidez com antecedência pode ajudar a mulher a ter uma gravidez mais tranqüila. O ideal é poder tirar a licença-maternidade em um momento mais sossegado da vida profissional. Poder contar com o apoio de babás e parentes também é essencial para garantir o retorno às atividades sem preocupações ou ansiedade.  

2) Consciência das limitações e flexibilidade: conciliar a maternidade com a vida profissional exige flexibilidade. Crianças ficam doentes, sofrem pequenos incidentes e a vida passa a ter muito mais imprevistos. É importante estar preparada para lidar com tudo isso.

3) Escolha de um substituto: além de planejar o melhor momento para engravidar, uma boa medida é preparar pessoas capazes para assumir suas tarefas, durante a licença-maternidade. “A empresa precisa continuar a andar, para que a ausência da profissional não provoque ressentimento nos colegas”, alerta Luciana Leis. Para assumir a função de mãe, é preciso que a profissional saia da empresa certa de que fez todo o possível para que tudo corresse na mais perfeita ordem até que ela volte

4) Após a gravidez, nada de culpa – as mulheres, em geral, sentem imensa culpa e ficam inseguras em deixar o bebê para voltar à rotina do trabalho. “Se a mãe se sente muito dividida em retomar a atividade profissional, uma alternativa é investigar as causas da culpa, por meio de psicoterapia, ou alguma outra atividade que a coloque em contato consigo mesma”, aconselha Luciana Leis.