Os cursos de pós-graduação, destinados para quem já cumpriu a etapa de passar pelo Ensino Superior em uma faculdade ou universidade, atraem cada vez mais mulheres que buscam um maior aperfeiçoamento na carreira. Atualmente, há ofertas de qualificação profissional em diferentes áreas, atendendo as necessidades de quem já está no mercado de trabalho ou quer mudar de segmento. Os motivos para ingressar nos cursos variam bastante, mas especialistas garantem que a escolha certa pode ajudar muito no dia a dia do trabalho e no futuro na profissão.
Segundo o vice-diretor dos cursos de pós-graduação da FAE Centro Universitário, José Vicente Bandeira de Mello Cordeiro, as razões para a escolha por uma pós-graduação podem ser divididas em três grupos. Existem alunos que procuram cursos para a função de especialização, como uma forma de encontrar conhecimentos mais específicos sobre determinada área. Outro fator é a mudança de área de trabalho. “É o caso da pessoa que se formou em Engenharia, mas assumiu uma função gerencial e precisa se especializar em Planejamento e Gestão de Negócios”, exemplifica. O terceiro motivo para o ingresso na pós-graduação é usar a especialização como foco para o desenvolvimento de gestão de liderança.
As demandas do trabalho, na área de vendas, impulsionaram Gabriella Pull a procurar uma especialização. A formação dela, em Nutrição, não ajuda em nada na atividade que exerce. Por isso, Gabriella optou em procurar o curso Master in Business Administration (MBA) em Gestão Estratégica de Empresas, no Instituto Superior de Administração e Economia do Mercosul/Fundação Getúlio Vargas (Isae/FGV). “Foi a oportunidade para me ajudar profissionalmente. É um curso bastante amplo, com foco em gestão e liderança. Acabei me encontrando profissionalmente e me identifiquei mais com a área de vendas, na qual já trabalhava”, relata. Gabriella conta que já aplicou no trabalho os conhecimentos que adquiriu em sala de aula.
O trabalho também foi o motivo para Ana Carolina Morara Hampf ingressar em um curso de pós-graduação. Ela, que é aluna do curso de Gestão de Projetos da FAE, sentiu que precisava de mais conhecimentos para poder conduzir de suas atividades na empresa onde trabalha de maneira mais eficiente. “Surgiu o interesse para conseguir gerenciar meus projetos, focados em melhorias de processos”, explica. Ana começou as aulas de pós-graduação em fevereiro e já sentiu o resultado no dia a dia.
Cordeiro ressalta que a vida acadêmica não deve terminar após a conclusão do curso de graduação. Cada vez mais, o mercado exige uma preparação maior do profissional, que precisa se atualizar com frequência. “Mesmo que a pessoa esteja na mesma área em que se formou, é preciso uma reciclagem. Não dá para permanecer mais do que cinco anos fora dos bancos escolares. No passado, a especialização era encarada como diferencial. Hoje é requisito básico, pelo menos nos cargos mais atraentes”, considera.
Muitas opções pra quem quer uma pós
Os cursos de pós-graduação se dividem basicamente em especialização, MBA, mestrado e doutorado. O pré-requisito para todos eles é a conclusão do curso de graduação. Mas a escolha por qual tipo de curso depende dos motivos do profissional, dos temas e das grades curriculares, entre outros. Muitos profissionais escolhem a especialização para depois fazer o mestrado, apesar de ser possível ingressar neste tipo de curso diretamente após a conclusão da graduação.
Entre as especializações, há diferença para o MBA, destinado principalmente para quem já tem experiência no mercado de trabalho. “Esta &eacut,e; uma pós-graduação com ênfase em gestão. Não é aconselhável que um recém-graduado já opte em fazer o MBA em seguida, após a formatura. São necessários quatro, cinco anos de experiência para entender um pouco do negócio. O aproveitamento será melhor”, explica Antônio Raimundo dos Santos, diretor de educação do ISAE/FGV. Ele comenta que os ensinamentos do MBA servem como ferramentas para ajudar o profissional a organizar o conhecimento prático que ele já possui.
Para Cordeiro, a pós-graduação, muito mais que o título para ser acrescentado no currículo, ajuda na capacidade do estudante de articular o conhecimento com a prática. “Quanto mais a especialização estiver alinhada com o tipo de trabalho que a pessoa faz ou pretende fazer, maior será esta capacidade de articulação. Haverá um ganho incomparável em relação ao aluno que trabalha em uma área diferente da especialização que está fazendo”, avalia.
No caso da FAE, o interessado em fazer uma pós-graduação passa por uma entrevista com o coordenador do curso. “O papel do coordenador é praticamente de um coach (consultor de carreira). Ele capta a necessidade do aluno e é capaz de filtrar isto. É comum o aluno pensar que quer um curso e acabar se matriculando em outro”, revela. Muitos cursos de pós-graduação possuem uma grade curricular flexível. Em média, a conclusão dos estudos ocorre entre um ano e meio e dois anos.
