Conhecido pelas mulheres por fazer milagres com as marcas de expressão causadas pelo decorrer dos anos, o uso da toxina botulínica (Botox) também tem sido utilizado na área de terapia neurológica, especialmente no tratamento da espasticidade. O problema é caracterizado por contrações musculares involuntárias, sintoma freqüente em pacientes que têm ou tiveram complicações no sistema nervoso central, como derrames, traumatismo craniano, lesões medulares e esclerose múltipla.
O tratamento pode ser feito com uso de medicamentos via oral, procedimentos cirúrgicos e, agora, também com procedimentos locais, por meio de bloqueios químicos com o uso da toxina. O produto é aplicado com agulhas de insulina, sem anestesia, diretamente nos músculos comprometidos, bloqueando a atividade motora involuntária e permitindo o relaxamento da musculatura local. O neurologista Nilson Becker, do Hospital Vita Curitiba, alerta que a substância não traz resultados se aplicada isoladamente. ?A toxina botulínica está inserida em um processo de reabilitação, em conjunto com as sessões de fisioterapia e terapia ocupacional, recomendadas por uma equipe interdisciplinar?, esclarece.
Os resultados podem ser observados entre sete e dez dias após a injeção, alcançando o ?pico? em vinte dias. Segundo o médico, os efeitos duram, em média, quatro meses, podendo se estender por um período maior. Após esse tempo, o paciente deve realizar nova avaliação para dar seqüência ao tratamento.