Antes do verão

Casos de morte por afogamento triplicam no Litoral do Paraná

Foto: Arquivo

Mesmo antes da chegada do Verão, o Litoral do Paraná já acumula dezenas de óbitos por afogamentos. Entre setembro e este último fim de semana, foram 12 mortes contabilizadas pelo Corpo de Bombeiros em praias, rios e piscinas de Paranaguá, Matinhos, Pontal do Paraná e Guaratuba – número é três vezes maior do que o mesmo período de 2016.

Somente no último fim de semana, 9 e 10 de dezembro, duas mortes foram registradas nas praias do estado de um total de dez afogamentos atendidos. Em uma das situações, de um empresário de Ponta Grossa, equipes do Corpo dos Bombeiros trabalharam mais de cinco horas para tentar localizar a vítima, que mergulhou em uma área sem posto ativo de guarda-vidas em Pontal do Paraná.

O número põe o Corpo de Bombeiros em alerta, mas ainda não dá conta de sustentar que esta será uma temporada de trabalho para a corporação no Litoral. É que, de acordo com a tenente Debora Kolossoskei, há uma série de fatores que contribuem para desenhar o quadro como, por exemplo, o tempo.

“A gente não sabe quais eram as condições de tempo no ano passado, se favoreciam o aumento do número de banhistas. Mas esse ano a gente está vendo que o tempo está bastante bom, principalmente nos feriados, então estimula mais os banhistas a frequentarem locais com água”, ressalta a tenente.

De acordo com a Casa Militar, mais de 450 bombeiros vão reforçar os 89 postos de guarda-vidas durante a temporada da Operação Verão, que está prevista para começar no dia 21 de dezembro e terminar no dia 18 de fevereiro, logo após o Carnaval.

Até lá, os pontos de guarda-vidas serão ativados gradualmente. E a orientação para quem for curtir a praia antes do início da temporada continua a mesma: buscar ficar sempre próximo a um dos postos em atividade.

“A gente pede para que as pessoas fiquem sempre perto de locais com postos de guarda- vidas. É mais seguro e, se acontecer alguma situação, o pessoal já está próximo para fazer alguma retirada, um salvamento ou até mesmo dar uma orientação”, alerta.

Segundo ela, por enquanto, o trabalho de prevenção do Corpo de Bombeiros continua dentro do padrão dos anos anteriores, com foco em crianças e em jovens de 18 a 19 anos – principal faixa etária dos casos de afogamento.

Alerta em rios

A chegada do calor torna convidativa uma tarde de diversão nos rios do Litoral. Mas, chuvosa, a época também exige muito mais precaução, já que as condições são favoráveis para a formação do fenômeno cabeça d’água – aumento muito rápido do nível dos rios provocado por chuvas nas cabeceiras ou nos trechos mais altos do leito.

No começo deste ano, uma família chegou a ficar ilhada em um rio em Morretes por causa do fenômeno. Então, fique atento às dicas:

Chuva é risco 
“Se a pessoa perceber que vai começar a chover, tem que imediatamente sair do rio. Se ela perceber nas montanhas o tempo está fechando, já há muitas nuvens, também tem que sair”, pondera o capitão Ícaro Gabriel Greinert

Cor, velocidade e barulho 
O tenente Murilo Oliveira Santos aconselha a ficar atento a alguns sinais que vêm do próprio rio. Segundo ele, embora muitas vezes não dê tempo, tão logo for percebido um aumento súbito na quantidade de água e na velocidade do rio a melhor alternativa é correr para fora da água. “Quando a cabeça d’água está chegando, realmente você consegue escutar um barulho maior, um estrondo. Muitas vezes a correnteza que desce vem carregando detritos”.

Use equipamentos de segurança 
Mesmo com a água rasa, a velha dica continua valendo. Usar equipamentos de segurança como coletes e capacetes são essenciais para qualquer atividade dentro da água. Ainda mais para crianças, que nunca devem estar desacompanhadas. Mas atenção: brinquedos infláveis, como boias, não são equipamentos de segurança.