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Xi Jinping pede lealdade a chineses em meio ao surgimento de críticas

Com a proximidade do encontro de alto nível do Partido Comunista, o presidente da China, Xi Jinping, está mandando um sinal sobre o que ele espera dos seus correligionários: fidelidade total. Na sexta-feira, ele pediu união ao partido em um discurso transmitido pela TV e exaltado na internet.

O discurso foi também um aviso. No momento em que o partido que governa a China se prepara para um ano de intensa batalha política à frente de uma grande mudança na liderança, seu líder mostra que não irá tolerar dissidências.

Mais de 300 altos encarregados do partido se reúnem na segunda-feira para um encontro político com o tema da disciplina. No evento, a própria influência de Xi será posta à prova. O encontro do Comitê Central do partido ocorre depois de acusações de corrupção terem atingido autoridades nos últimos quatro anos e antecipa um congresso do partido previsto para o final de 2017 no qual se determinarão nomes para ocupar altos cargos.

A plenária “marca o início de um ano crítico” para o partido, diz Matthias Stepan, especialista em política doméstica chinesa no Instituto Mercator para Estudos da China, baseado em Berlim. Para ele, o evento lidará com as incertezas relacionadas à transição de liderança e reação ao estilo dominador de Xi.

Mais de uma dezena de chefes do partido nas províncias já foi reposta nos últimos seis meses, com alguns sendo substituídos por oficiais considerados próximos a Xi. Há uma especulação crescente nos quadros do partido sobre se Xi pode quebrar as atuais normas de aposentadoria para manter no cargo seu atual chefe de combate a corrupção, Wang Qishan.

Um movimento como esse, segundo analistas, poderia desestabilizar o partido, atualmente já incomodado com a mão pesada do líder mais dominante da China nas últimas décadas. Desde que assumiu em 2012, Xi concentrou mais poder em suas mãos do que seus antecessores.

Alguns membros do partido temem um retorno da liderança ditatorial que marcou os últimos e tumultuados anos de Mao Zedong. Em um raro momento de crítica aberta, um executivo do setor imobiliário postou em uma rede social questionamentos às demandas de lealdade feitas por Xi. A crítica foi censurada e a adesão do executivo ao partido foi suspensa. Fonte: Associated Press.

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