Análise tática

Substituições nas peças e mudança tática. Como o Coritiba venceu o clássico

Pablo começou bem o jogo, mas caiu de rendimento assim como todo o Atlético. Foto: Marcelo Andrade

De um lado um Coritiba motivado, apresentando um bom futebol neste início de Campeonato Brasileiro. De outro, um Atlético ainda tentando se acertar com Eduardo Baptista no comando. Esse cenário daria indícios que o Coxa é quem tentaria tomar as rédeas do clássico no Couto Pereira, que terminou com a vitória alviverde por 1×0, neste sábado (3). Porém, a postura dos dois times em campo foi bem diferente.

Novamente no 4-1-4-1, com Matheus Rosssetto e Lucho González com mais liberdade para atacar, o Furacão dominou a maior parte do tempo. Povoando o meio-campo, o Rubro-Negro explorava as laterais, com Nikão e, principalmente, Pablo, que era quem mais tinha espaço e dava trabalho à defesa do Alviverde, que, por sua vez, se fechava lá atrás, tentando explorar os contra-ataques, quase sempre pela esquerda, com Neto Berola.

Com isso, o Atletiba ficou movimentado, embora com poucas chances de gol. Os ataques, apesar de a bola chegar até com certa frequência, não criavam muito. Kléber era marcado de perto de um lado, enquanto Alan Santos e Galdezani se aproximavam da zaga para tentar conter a velocidade do outro. Tanto que as duas melhores oportunidades foram em cobranças de falta, com Tomás pelo Coritiba e Rossetto pelo Atlético.

No segundo tempo o Coxa mudou a postura, principalmente com a entrada de Tiago Real. O time passou a jogar no 4-4-2, com o meia caindo pela direita e Rildo pela esquerda, enquanto Henrique Almeida e Kléber ficavam mais centralizados.

Coritiba melhorou no segundo tempo e empurrou o rival pro campo de defesa. Foto: Marcelo Andrade
Coritiba melhorou no segundo tempo e empurrou o rival pro campo de defesa. Foto: Marcelo Andrade

A formação tática foi a mesma das finais do Campeonato Paranaense e fez os donos da casa começarem a atacar mais, aliado ao cansaço físico do Furacão, que vinha de um jogo decisivo pela Copa do Brasil no meio de semana. Ederson também entrou no Rubro-Negro e deu mais mobilidade à equipe, só que, desta vez, a bola pouco chegava, com os armadores mais marcados e com menos velocidade. Tirando um cruzamento ou outro, a bola pouco chegou à área coxa-branca.

Atacando mais, o Coritiba aproveitou melhor as chances e abriu o placar com Marcio, justamente após cruzamento de Tiago Real. Aliás, as alterações de Pachequinho surtiram mais efeito que as de Eduardo Baptista. No Coxa, os reservas entraram e melhoraram o time, dando mais velocidade e efetividade, enquanto no Atlético quem saiu acabou fazendo mais falta em campo, principalmente Nikão, diminuindo o ímpeto ofensivo.

Nos últimos 15 minutos, Jonas entrou para reforçar a marcação do Alviverde. Só que o Rubro-Negro não foi para cima. Alan Santos e Galdezani saíam um pouco mais no meio-campo, com Tiago Real centralizado. O Atlético tinha dificuldade de trabalhar a bola quando tinha a posse, enquanto os donos da casa se mantinham no campo de ataque, até o apito final.