Sem festa

Coritiba se classifica na Copa do Brasil e escapa de mico histórico

Wilson foi decisivo mais uma vez. Até na hora do gol do Coxa ele estava lá. Foto: Wilson Filho/Futura Press

Sim, o Coritiba se classificou para a segunda fase da Copa do Brasil. Mas esteve a um instante de dar um dos maiores vexames de sua história pra lá de centenária. Não fosse a cabeçada de William Matheus e o jogo terminaria 1×0 para o simplório Parnahyba. Com os mesmos erros de avaliação dos últimos anos, se preocupando com o que não deve e esquecendo do que realmente interessa, o Coxa vem preocupando a cada jogo. Se continuar achando que o time está evoluindo e que tudo vai se encaixar, a temporada será dificílima.

Veja como foi o jogo no nosso Tempo Real!

O empate em 1×1, conquistado aos 52 minutos do segundo tempo num lance em que até Wilson estava na área, após mais de quarenta minutos com um jogador a mais, fechou uma noite repleta de erros, com o Coxa se igualando ao time piauiense e fazendo um dos piores jogos de sua história recente. As lições de Teresina estão escancaradas. Resta saber se a diretoria alviverde, mais que a comissão técnica e os jogadores, vão querer aprender.

Os primeiros 45 minutos foram simplesmente trágicos. Para quem não viu o jogo ter uma ideia, o único lance de perigo foi do Coritiba – e na verdade foi um bate e rebate sem qualquer lógica que terminou com o lateral do Parnahyba tentando chutar e levando uma bolada na cabeça. Tropeções, escorregões, erros simplórios. Tudo isso foi visto no gramado do Albertão, numa partida em que o Coxa conseguia se igualar ao primário time do Parnahyba. Não havia muito a se fazer para ser superior ao adversário piauiense, mas mesmo assim demorou para que os visitantes começassem realmente a dominar a partida.

Só que era pouco demais. Para Wilson, que talvez não podia falar tudo que pensava quando ia para o vestiário ao final do primeiro tempo, o resumo era simples “A gente está errando as mesmas coisas dos outros jogos”. Dá pena do goleiro. Ele até se esforça para passar confiança, mas tá cada vez mais difícil. Em campo, Kléber mal pegou na bola, porque ela não chegava. Iago, Guilherme Parede e Thiago Lopes não rendiam, os laterais também não produziam e o Coritiba não ameaçou. Pelo menos também não foi ameaçado, mas passava longe de merecer uma vitória em Teresina.

Kléber ficou isolado, a bola mal chegou nele. Foto: Wilson Filho/Futura Press
Kléber ficou isolado, a bola mal chegou nele. Foto: Wilson Filho/Futura Press

E se estava horrível, era possível piorar. Com três minutos do segundo tempo, William Matheus levou um drible desmoralizante de Marcos Gasolina. O atacante do Parnahyba chutou mal, mas Fabinho apareceu para desviar e abrir o placar para os donos da casa. Em vantagem, os piauienses fizeram o que era suficiente para impedir as jogadas ofensivas do Coxa – colocaram dois jogadores marcando Kléber. Eles sabiam que a única possibilidade de gol alviverde seria com o Gladiador.

Por sinal, dá pena de Kléber também. Ele fica desesperado porque ninguém consegue encaixar uma tabela. O passe sai redondo dos pés do camisa 83 e volta quadrado, distante, errado. Por isso o Coritiba simplesmente não criava. Não tinha chances. E isso com um jogador a mais, porque Marcos Gasolina foi expulso com dez minutos do segundo tempo. Era um tal de chutar bola pra cima, tentar das formas mais ineficazes e não conseguir nada.

Também não seria com Simião no lugar de César Benítez ou Alecsandro na vaga de Vitor Carvalho. Era chutão de um lado e chutão do Parnahyba do outro. Qualidade zero. A eliminação era iminente. Mas veio o final do jogo, os sete minutos de acréscimo, o escanteio depois de um lance em que o Coxa reclamou de gol, Wilson na área numa tentativa desesperada, o gol de William Matheus que quem via o jogo pela TV não viu (e por um bom tempo se acreditou que o gol foi do goleiro). Nem houve muita festa, houve mais alívio. E as lições, todas ali pra todo mundo ver.

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