Uma simples história

O doutor Alceni diz que vai fazer, o doutor Bacellar diz que pode ser, e aí surge o doutor Griebeler diz que não será. Mais grave: afirma que é contra a vinda de Ronaldinho Gaúcho, porque, entre outros motivos, o treinador Paulo César Carpegiani é contra. E, então, Carpegiani perdeu a paciência, desmentiu-o publicamente – e, com a razão de quem está sendo usado, disse: “Quero Ronaldinho com as duas pernas amarradas”. A notícia voou e repercutiu no Brasil inteiro.

E veja só o que é uma opinião de respeito: boa parte da torcida coxa que era contra a vinda de Ronaldinho, a partir da posição de Carpegiani, passou a ser a favor.

O erro de Griebeler não foi só atribuir uma opinião a Carpegiani que ele não tem. Há outro fator: Carpegiani é daqueles que respeita o passado.

No litoral gaúcho há uma praia de nome Capão Novo, onde antigamente, os Carpegiani passavam as suas férias. Entre os Carpegiani tinha o Diguinho, que é o Rodrigo, assessor técnico do Coritiba. Para Capão Novo iam, também, os Assis Moreira. Entre esses, tinha o Ronaldinho que, ainda, não era “Gaúcho”.

Na praia, Diguinho e Ronaldinho eram a corda e a caçamba. Jogavam no Palmeirinha, um time que encantava a região. Diguinho corria e Ronaldinho jogava. E, assim, numa relação de irmãos, cresceram juntos.

Essa relação antiga entre as famílias pode ser importante hoje. Carpegiani, talvez, seja o único treinador capaz de compreensão que Ronaldinho precisa. Dar a dose exata para encerrar a carreira lembrando que foi o melhor do mundo.

Esquecimento

Um dos grandes problemas que o Coritiba enfrenta hoje é o esquecimento dos fatos. O caso Luccas Claro é um deles. Sob o pretexto de que era a vontade do jogador de ir embora, o empresário Pietruziello levou-o para a Turquia. Não discuto o direito do atleta, mas a sua vontade. São raros os jogadores no Brasil que não têm a sua vontade viciada pelo empresário. O caso de Claro é o exemplo. O mesmo empresário certa vez tirou William do clube. O mais grave é que o Departamento Jurídico do Coritiba nunca pode fazer nada contra a lei.