Sem açúcar, mas com afeto!

Sem doces, risco de cegueira, amputação? A qualidade de vida dos diabéticos melhorou

Fernanda Claudino conta a rotina de cuidados com a Diabetes em sua conta no Instagram. Foto: reprodução / Instagram.

Quem nunca associou o abuso de açúcar e doces com a diabetes? Essa é uma relação comum e que tem base científica, mas o fato é que nem todo portador da doença precisa ficar longe das sobremesas e quitutes que dão água na boca. Segundo o cirurgião bariátrico do Hospital Marcelino Champagnat, Caetano Marchesini, os diabéticos podem ter uma vida normal e até mais saudável que o da maioria das pessoas. “Dá pra ter uma qualidade de vida excelente, excepcional. As opções de alimentação e acesso à informação mudaram muito nos últimos 20 anos. Antes você tinha bolacha, pão, macarrão, uma alimentação baseada na farinha branca, no arroz. Hoje tem uma variedade imensa de alimentos e acesso a informação de como preparar esses alimentos de forma saudável”, ressalta.

Há 21 anos, esse foi o pensamento da confeiteira Débora Cardoso Sansana, de 51 anos, quando seu sogro desenvolveu a diabetes. “Nós tivemos que nos reinventar para sanar a necessidade dele, que acabava ficando ‘chupando o dedo’ nos almoços de família e eventos e não tinha algo adaptado para comer”, explica a empreendedora que é responsável pela Confeitaria Sem Açúcar, doceria de Curitiba criada no ano de 2000 e, desde então, vende alimentos liberados para diabéticos.

“As receitas foram criadas por mim e outras foram adaptadas, e aí, já com o conhecimento dos ingredientes, principalmente dos adoçantes, eu consegui ir transformando. Foi muito difícil, alguns doces eu passei até seis meses tentando desenvolver, e no final foi um sucesso, como o suspiro e o leite condensado. Hoje não é mais tão complicado, pois, quanto mais fazemos, mais temos facilidade”, conta Débora.

O dia a dia do paciente

A advogada Fernanda Claudino, de 43 anos, foi diagnosticada como portadora de diabetes Tipo 1 em 2004, com 25 anos. A primeira reação foi de muito medo e falta de conhecimento sobre o tema. “Eu mal sabia a respeito da condição (não gosto de chamar de doença). Aliás, o pouco que sabia era porque tive um parente que tinha Tipo 1 também, que ficava aplicando a insulina em seringas, e até tinha uma caixa de isopor com insulina para aplicar. Essa pessoa acabou ficando cega quando mais velha. Era apenas isso que eu sabia, então dá para imaginar quantos medos passavam na minha cabeça”, relembra a advogada.

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Apesar do susto, hoje Fernanda mostra nas redes sociais como é o dia a dia de uma pessoa diabética, contando os desafios e também as alegrias e conquistas da rotina. “Nas redes sociais eu encontrei pessoas com a mesma condição, compartilhando suas experiências e rotina, se ajudando. Pela primeira vez na vida não me sentia só, me sentia entendida. Geralmente é muito difícil você conviver com pessoas com diabetes Tipo 1 (que representa 10% das pessoas portadoras com diabetes. Os outros 90% são Tipo 2). Diante de tudo isso, resolvi também compartilhar o meu dia a dia, ajudando, inspirando, assim como fui ajudada por tanta gente. Criei o perfil @diaadia.betes no Instagram em maio de 2020”, relata.

Sobre a rotina, Fernanda conta que vive muito bem, apesar dos desafios impostos pela diabetes. “Quase 18 anos de condição e já me acostumei com a minha rotina. Realmente envolve muitas decisões todos os dias e isso torna exaustivo. Como eu ouvi esses dias: ‘diabético que se cuida, se cansa’. E é verdade. Acordo e aplico a minha insulina basal todo dia. Depois aplico também a cada refeição ou a cada coisa que vou comer: tenho que saber qual será o impacto na minha glicemia e aplicar a insulina com antecedência. E isso tudo fazendo medições e aferições. Hoje em dia uso um sensor de medição contínua acoplado no meu braço que ajuda muito. Quanto mais sinto que estou com as rédeas do tratamento na mão, melhor me sinto para seguir na rotina de estar bem hoje e no futuro”, celebra.

Sobre a doença

De acordo com o médico Caetano Marchesini, a diabetes está diretamente ligada com o hormônio insulina, tão conhecido no tratamento dessa patologia. “O açúcar tem um efeito tóxico no sangue, e quem faz o controle dessa quantidade é a insulina, que é um hormônio produzido pelo pâncreas. O que acontece é que esse órgão para de funcionar, a insulina passa a ser produzida em pouca quantidade e a pessoa desenvolve esse excesso de açúcar no sangue. Outra condição comum é o fato de o açúcar estar relacionado à obesidade, que faz com que haja uma resistência à insulina produzida, que quando vai atuar, não consegue ser eficaz pelo excesso de gordura”, explica.

Os principais sintomas da diabetes, e que devem ser acompanhados logo que dão os primeiros sinais, são: sede excessiva, necessidade frequente de urinar e emagrecimento. Quando identificados, o paciente deve buscar um endocrinologista, porém, profissionais como cardiologistas e clínicos gerais também podem fazer o diagnóstico. Caso contrário, em pacientes que não fazem esse acompanhamento, as consequências podem ser cegueira, insuficiência renal, impotência sexual, amputação de membros inferiores, infarto agudo do miocárdio e doenças cardiovasculares.

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