Show neste sábado

Depois de carreira política, Leandro do KLB volta aos palcos: “não saberia fazer outra coisa”

Leandro, do KLB. Foto: reprodução / Facebook.

Eles foram uma verdadeira explosão nos anos 2000, com vários hits que conquistaram o público adolescente da época, é a nossa boyband brasileira preferida. Kiko, Leandro e Bruno formam juntos o KLB e trazem sempre a boa nostalgia de quem viveu a adolescência colando pôsteres na parede do quarto e cantarolando sucessos do trio como “Ela não está aqui“, “A dor desse amor“, “Estou em suas mãos“, e tantas outras.

Eles conquistaram discos de ouro, platina e diamante com mais de sete milhões de álbuns vendidos e dezenas de shows lotados. Os anos passaram e os três deram uma pausa em 2015, com Leandro focado na carreira política – foi eleito deputado estadual de São Paulo. Bruno é o caçula e se dedicou a carreira como lutador de MMA. Kiko, o mais velho, chegou a disputar um cargo para vereador em São Paulo, mas não se elegeu.

LEIA TAMBÉM:

>> Com ingressos a partir de R$ 50, KLB chega à Curitiba neste fim de semana

>> Bacon Day! Bar de Curitiba promove festa com petiscos, drinks e até chope com bacon

Agora, em 2022, o trio decidiu retornar aos palcos numa turnê comemorativa pelo Brasil “20+2 Experience“. E claro, a banda também passa por Curitiba, onde faz show no próximo sábado (30). Leandro, vocalista e baterista do KLB, conversou com a reportagem da Tribuna do Paraná e falou sobre carreira, vida política, amadurecimento e mais. Confere aí!

Depois de tempos como KLB você mudou de ares e virou deputado estadual. Como foi pra você essa mudança? O Leandro músico é diferente do Leandro político?

Leandro: Foi muito bom pra mim ter sido deputado, foi uma grande experiência, na minha vida foi algo totalmente diferente daquilo que eu faço, mas por um propósito. A gente defendia muito, junto com o senador Magno Malta, que era o presidente da CPI da pedofilia. Nos anos 2010, acho, 2009, a gente viajou o país inteiro fazendo shows com ele e ouvindo as pessoas, multidões, e falando também desse grande mal que existe mesmo na nossa sociedade. E isso foi um dos motivos que eu achei que seria muito válido para poder lutar por causas.

Às vezes sendo só artista você tem muitos limites e limitações. Eu concorri, graças a Deus, consegui me eleger, fiz um trabalho legal em São Paulo. Mas assim, eu não me sentia completo sendo deputado, tinha muito orgulho de ter conseguido, de ter ajudado muita gente, mas eu sou músico, eu nasci pra cantar, pra isso.

Nós continuamos ajudando pessoas mesmo como músicos, o Hospital de Barretos, todos os tipos de hospitais que você pode imaginar, todos os tipos de causas, a gente continua sempre infiltrados. Mas eu sentia muita falta de fazer aquilo que eu nasci pra fazer, que é tocar e cantar. Então, meu mandato se encerrou em 2015, e em 2015 a gente gravou um DVD chamado “Um novo tempo”, que foi quando minhas princesinhas nasceram, minhas gêmeas. Esse foi o trabalho antes da pausa total.

Depois desse trabalho em 2015, a gente deu uma pausa de quase 100% na carreira. E agora estamos voltando, sete anos depois, com força total, com essa magia toda que existe nessa legião de fãs que a gente tem, graças a Deus, que a gente mantém com respeito e que vem aumentando a cada dia.

Kiko, Leandro e Bruno. Foto: Fabio Nunes / divulgação.

Como tem sido esse retorno aos palcos, a turnê toda pelo país?

Leandro: É muito bom a gente percorrer todas as capitais e ver esse carinho como se fosse o primeiro dia de 2000, dia 25 de junho de 2000, quando a gente se apresentou ao Brasil. E é muito gratificante, muito bom poder fazer música e com êxito você poder ver, lançar uma turnê dessa magnitude, um show extraordinário em termos de produção, de movimento de pessoas, até de investimento, você poder abrir uma agenda e já está praticamente esgotada no país inteiro, pouquíssimos ingressos em alguns lugares ainda, e é uma benção.

É um privilégio fazer que eu sei fazer, o que eu nasci pra fazer, com esse carinho de volta, que é o que com certeza me mantém vivo, essa chama acesa do carinho das pessoas, do público com a gente, essa fidelidade absoluta, e isso é um combustível muito grande pra gente poder tá sempre lançando coisas novas, e entregando pra essa geração toda essa nova geração e essa toda legião que ainda há de vir. É muito bom ver as pessoas indo nos shows agora e ficarem passadas com a produção do show, com a mensagem do show, com a experience. Esse show tem mais de duas horas de sucesso e é gratificante. Eu espero ter sempre saúde pra poder fazer isso até o meu último dia.

Em todo esse tempo de carreira, como o KLB mudou? Vocês não são mais os mesmos dos anos 2000.

Leandro: É uma experiência mesmo, você vai ficando mais maduro, mas experiente, mas selecionando mais coisas. Aquilo que te fez mal, você deixa pra lá. Você aprende a lidar com algumas situações, é uma evolução natural de anos, mas a essência permanece a mesma. Você aumenta o seu conhecimento sobre algumas questões, e você vai aprendendo coisas que você não sabia. Eu mantenho sempre aquela mesma essência de criação, que meus pais me deram, deram pros meus irmãos.

Lá atrás, quando vocês estouraram, as pessoas faziam muita analogia com o Bee Gees. Vocês gravaram versões de sucessos deles e tudo mais. Hoje qual é a referência e inspiração de vocês?

Leandro: Bee Gees porque a gente canta em harmonia. Eles eram três irmãos, a gente sempre gostou muito por causa dos meus pais. Obviamente era da geração deles, assim como Beatles, Stones. Tem muitas bandas que a gente se espelhou, mas com essa harmonia vocal com certeza os Bee Gees foram a maior, junto com os Beatles. Nós fazemos um pop rock romântico. O show realmente é algo diferenciado, assim, é de muita energia. Do começo ao fim em êxtase, da primeira nota a última.

É um show de rock total, obviamente com o nosso romantismo estampado na nossa essência. Aqueles hits absurdos, mas é um show extremamente enérgico. Tá sendo realmente uma experiência para o grande público e para nós três, que ficamos muito felizes. Parece que a gente tá lançando hoje e tá todo mundo adolescente de novo.

Você falou da tua luta contra a pedofilia quando era deputado estadual, e agora você também comenta, porque assim, o KLB é pop romântico e conquistou tanta gente durante anos. Da onde vem essa inspiração pra escrever, pra falar e para cantar sobre amor?

Leandro: Eu creio muito num dom divino, acho que eu creio nisso, mas obviamente eu nasci num berço que eu pude exercer esse dom. Eu acho que fui privilegiado em nascer onde eu nasci e ser filho de quem eu sou. Meu pai me introduziu nesse showbiz desde o berço, naturalmente, junto com a minha mãe. E eu pude fazer aquilo que eu creio que eu nasci pra fazer: compondo, tocando, interpretando. Esse sou eu, na verdade. Então, é muito alegre ter êxito naquilo que você nasceu pra fazer, porque é muito difícil. Em qualquer profissão, tudo é muito difícil. Eu sou muito grato em poder fazer música, eu sou música na verdade. Não saberia fazer outra coisa. E poder fazer isso com esse respaldo num país continente como o Brasil, é de muita alegria.

Você acha que o Leandro deputado ajudou o Leandro músico de agora a evoluir, a crescer?

Leandro: Como deputado assim, não porque são carreiras totalmente diferentes. O que eu tive acesso como deputado no parlamento foi de grande valia pra mim. Em muitos outros sentidos, inclusive. Você lida com pessoas completamente diferentes, em negociações, em lutar por direitos. Foi uma grande faculdade pra mim, eu diria. Acho que em nenhum outro lugar eu teria um aprendizado desse. Obviamente eu não estava cumprindo a minha essência, que eu creio que é música, mas ao mesmo tempo não foi um desperdício de tempo, não foi uma coisa fora de eixo. Eu acho que somou muito no Leandro fora dos palcos sim, como lida com as pessoas. Foi de grande valia pra minha vida ter conseguido me eleger através do KLB. Ninguém saberia quem eu era, ninguém votaria em mim se não soubessem que eu era do KLB. Então, de uma forma ou de outra, até sendo deputado foi maravilhoso pra mim.

O KLB são os três irmãos cantando juntos, faz até uma semelhança com o Hanson, que também são três irmãos. Como é trabalhar em família, com seus irmãos, durante tantos anos?

Leandro: O Kiko é três anos mais velho que eu e eu sou um pouquinho mais velho que o Bruno. Então, na verdade, eu não me lembro do tempo sem eles. Eu não saberia como seria a música também sem eles. Eu diria que é algo muito bom você poder fazer isso em família, pessoas que você confia, sabe da índole, da criação. Obviamente nós somos três seres humanos totalmente distintos fora dos palcos, fora da nossa profissão. Cada um é muito diferente do outro. As manias de vida, como fazer as coisas, são três seres humanos bem distintos, mas como somos irmãos criados na mesma família pelos mesmos pais e tendo as mesmas doutrinações que a gente recebeu, no palco a gente se dá muito bem, na música, eu diria.

Eu acho que só tem ganho fazer o trabalho com eles, confiança acima de tudo, mas são pessoas extremamente talentosas. Um já sabe o que um quer do outro e só no olhar já percebe como fazer, o que não fazer, então facilita. Quando você não é irmão, você já manda pra ‘aquele lugar’, já resolve as coisas de um outro jeito. Quando existe uma irmandade não só de vida mas de sangue, eu acho que, embora a gente brigue também, é só benefício.

Show tá programado para este sábado (30) na Live Curitiba. O que o público pode esperar para esta apresentação?

Leandro: É um mega show, é algo realmente extraordinário. A gente que foi criado no showbiz pode dizer isso, porque realmente é uma entrega singular. Eu quero muito dizer pra todo mundo que esperem algo extraordinário. A nossa história sendo contada em mais de duas horas de show, com uma gigantesca produção, com imagens nos telões emocionantes, mensagens emocionantes. Todos os hits, desde o primeiro ao mais recente. É uma grande experience, verdadeiramente. As pessoas vão se emocionar, vão cantar, vão dançar, vão suar, vão chorar, e a gente vai tá nessa empreitada juntos.

SERVIÇO

KLB 20+2 Experience
Data:
sábado, 30 de julho
Local: Live Curitiba, Rua Itajubá, 143, Novo Mundo
Ingressos a partir de R$ 50, no site Uhuu.com