A busca por emagrecimento rápido tem levado muitas pessoas ao uso das chamadas canetas emagrecedoras — medicamentos injetáveis originalmente desenvolvidos para o tratamento do diabetes tipo 2, mas que vêm sendo amplamente prescritos para perda de peso. O aumento do apetite por esses fármacos é visível: segundo um relatório da consultoria IQVIA, o consumo desses medicamentos no Brasil cresceu mais de 300% entre 2022 e 2024.
Apesar de resultados rápidos na balança, os efeitos estéticos nem sempre são desejáveis. Entre eles, está o chamado “rosto derretido” ou Ozempic face, caracterizado pela perda de volume facial, que acentua a flacidez e dá um aspecto mais envelhecido. Isso ocorre porque, com o emagrecimento é acelerado, há uma redução da gordura subcutânea que atuava como uma espécie de “colchão” de sustentação da pele.
Segundo o dermatologista José Roberto Fraga Filho, membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia e diretor clínico do Instituto Fraga de Dermatologia, o uso das canetas emagrecedoras requer cuidados dermatológicos adicionais, principalmente após os 30 anos, quando naturalmente perdemos cerca de 1% de colágeno ao ano. “A pele sem sustentação da gordura tende a ficar mais flácida e sem viço, o que pode ser potencializado se houver exposição solar excessiva, falta de hidratação, tabagismo e doenças crônicas”, explica o especialista.
Como tratar a flacidez pós-emagrecimento?
Fraga indica os principais tratamentos estéticos disponíveis para combater a flacidez causada pelo emagrecimento rápido:
- Bioestimuladores de colágeno
- Radiofrequência e Ultrassom Microfocado
- Laser (ablativo e não ablativo)
“A combinação de técnicas costuma gerar melhores resultados. Já os cremes hidratantes e o protetor solar são coadjuvantes essenciais para prevenir, mas não tratam a flacidez já instalada”, orienta.
Em relação à flacidez corporal e às estrias (que surgem pela ruptura das fibras da pele durante o efeito sanfona), o dermatologista recomenda associar o uso de ácidos tópicos e tecnologias como laser e radiofrequência, além de cuidados caseiros com dermocosméticos indicados por profissionais.
Colágeno oral funciona?
Por muito tempo questionado, hoje se reconhece algum benefício no uso de colágenos hidrolisados específicos, como o Verisol, principalmente quando combinados a micronutrientes como o silício orgânico. “É importante ressaltar que esses suplementos não formam novo colágeno, mas estimulam a produção do que ainda temos”, pontua o médico.
O segredo da pele bonita está no básico
Para manter a pele firme, saudável e com boa elasticidade, o dermatologista reforça que não existe milagre: o caminho passa pela alimentação equilibrada, hidratação adequada, sono de qualidade, atividade física regular e evitar álcool e cigarro.



