Violência em protesto de estudantes na capital

O que seria um simples protesto de estudantes entre 16 e 20 anos – a favor do passe livre no transporte público municipal, acabou em violência. Ontem, na Comissão de Segurança da Câmara Municipal, representantes dos movimentos estudantis denunciaram que foram agredidos pela Guarda Municipal. Além de spray de pimenta, os guardas teriam utilizado cassetete e até choque. Dois estudantes foram detidos e um hospitalizado.

Um dos detidos e também agredido foi o presidente da União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (UPES), Rafael Clabonde. Ele afirma que pelo menos dez estudantes se machucaram. Todos registraram queixa na delegacia e fizeram exame de corpo delito. O estudante conta que havia entre dez e 15 guardas e da manifestação participaram aproximadamente 50 estudantes. André Luiz Almeida, de 17 anos, foi hospitalizado. Ele afirma ter levado choques e pancadas.

?Começou às 7h, fizemos uma passeata do Colégio Estadual até a Praça Santos Andrade. Por volta das 10h45, os estudantes começaram a se dispersar. Um grupo seguiu para a Estação Central e decidiu continuar o ato. Alguns entraram, mas imediatamente os guardas chegaram com spray de pimenta, depois começaram com os golpes de cassetetes?, conta Rafael.

Apoiado por estudantes, Rafael esteve na Câmara para que os vereadores exigissem da Prefeitura uma explicação para essa violência. Ele garante que não houve confronto nem nenhuma depredação.

Versão

De acordo com a nota enviada pela Prefeitura, a Guarda Municipal de Curitiba impediu atos de vandalismo e de atentado ao patrimônio público na estação-tubo Central. ?A Guarda foi chamada pelo cobrador da estação e por passageiros?, diz o texto. Eles alegam que eram em torno de cem manifestantes que invadiram a estação, pularam a catraca, intimidaram passageiros e forçaram a abertura da porta automática. O órgão completa também que a ocorrência foi atendida por oito guardas e que o estudante que foi hospitalizado teria sido pisoteado por outros manifestantes.

Na nota a Prefeitura afirma que os jovens foram detidos por dano ao patrimônio, agressão física e desacato. O texto do órgão ainda comenta o ofício enviado aos pais pelo Colégio Estadual do Paraná (CEP) sobre o movimento. O secretário municipal da Defesa Social disse que ?lamenta o incidente e a manipulação de jovens, inclusive incentivados a abandonar as aulas, para promover atos de vandalismo?. A assessoria de imprensa do Governo do Estado esclareceu o ofício enviado pelo CEP. Eles disseram que estava claro que os alunos deveriam conversar com os pais a respeito do ato, pois só assim se justificaria a ausência nas salas de aula. ?Não houve conotação política, nem manipulação de jovens e tampouco o incentivo a abandonar as aulas. Muito menos a promoção de atos de vandalismo?, finaliza.

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