?Turismo? de Beira-Mar custou mais de R$ 50 mil

O traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, voltou ontem para o presídio de Catanduvas, perto de Cascavel, Oeste do Estado. O preso deixou o Paraná na última quinta-feira, com destino ao Rio de Janeiro, para assistir a audiências referentes a processo que responde na Justiça Federal daquele estado, por crimes de lavagem de dinheiro, contra o sistema financeiro e de tráfico de entorpecentes. Segundo a polícia federal, o trajeto feito pelo traficante (que antes do Rio de Janeiro ficou no Espírito Santo, para aguardar audiência de outro preso que viajava no mesmo avião) transcorreu sem incidentes, mas os altos custos da viagem – cerca de R$ 50 mil só em combustível – levantaram polêmica.

A ?volta para casa? aconteceu mais cedo que o previsto. Era para o traficante ter acompanhado ainda ontem, no Rio, audiência das testemunhas de defesa do processo, depois de ouvir na segunda-feira as de acusação, durante duas horas e meia. No entanto, após a audiência o advogado de Beira-Mar, Marco Aurélio Torres Santos, pediu o adiamento dos depoimentos seguintes, alegando não ter conseguido localizar as testemunhas.

A juíza da 5.ª Vara Federal do Rio de Janeiro, Simone Schreiber, havia marcado as audiências em dias consecutivos para reduzir os gastos com deslocamento. Ela deu prazo de dez dias para que o advogado demonstre que os depoimentos são ?relevantes para o processo? e só então decidirá se Beira-Mar será chamado para outra audiência no Rio.

As viagens garantidas pelo STF a Beira-Mar, entretanto, custam caro. A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) calcula que o governo já gastou R$ 200 mil com os deslocamentos do traficante desde 2001, quando foi preso, incluindo na conta 15 viagens em cerca de 20 mil quilômetros a um custo de US$ 1,5 mil a hora de vôo.

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