Um tumulto dentro da carceragem da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR), em Curitiba, na tarde de ontem, terminou com tiros de festim e visitantes sendo empurrados para fora da delegacia. A confusão ocorreu ao término do horário de visitas, por volta das 16h. Do lado de fora, mulheres acusavam o delegado Rubens Recalcatti e outros policiais de retirá-las da carceragem aos empurrões e puxões de cabelo. Elas também reclamaram de não ter informações se algum de seus familiares havia sido ferido com os tiros, da violência com que foram retiradas e de não poderem entregar alimentos e produtos de higiene aos presos que costumeiramente são aceitos para entrar na carceragem.
Na DFR, as visitas são permitidas todas as últimas quintas-feiras do mês, entre 13h e 16h. Conforme um cartaz na entrada do plantão, são permitidas as entregas de café, açúcar, chá, cigarros, sabonete, papel higiênico, pasta dental, escova, toalha e uma muda de roupa. De acordo com Denise Costa, que tem o marido Marcos preso por falsificação, diferente dos outros dias, a delegacia proibiu a entrada dos alimentos que sempre era permitido como pão de forma fatiado, minibolos, desodorante, xampu, entre outros.
Quando a visita estava por acabar, diz Denise, os presos foram perguntar aos policiais o o porquê da proibição, que antes não ocorria. O tumulto dos presos na porta da carceragem teria levado os policiais a controlar a confusão, dando tiros de festim para o alto. Segundo Denise, algumas mulheres já estavam fora da carceragem e outras ainda saíam quando policiais e o delegado começaram a retirá-las da delegacia com empurrões.
Recalcatti confirmou o tumulto dentro da carceragem. Ele disse que as restrições foram tomadas pois a polícia havia recebido informações de que os presos planejavam fazer um tumulto na visita de ontem. Para o delegado, as ações foram apenas uma forma de prevenir uma rebelião.