Álcool e drogas

Travessa João Turin é “inferno” na noite curitibana

“O inferno é aqui”. É assim que muitos moradores da Travessa João Turim, entre as avenidas Sete de Setembro e Silva Jardim, área nobre da cidade, se referem àquele trecho nos fins de semana. Há tempos eles são obrigados a conviver com a arruaça feita por “filhinhos de papai” que param os carros, ligam o som e montam um bar em plena rua. Entre litros de uísque e vodka, muitas latas de cerveja, baseados e carreiras de cocaína, eles tomam conta do lugar como se estivessem no quintal de casa. Começam a chegar na quinta-feira à noite e amanhecem. Na sexta e no sábado a história se repete para desespero de quem pretende descansar em casa no fim de semana. Domingo de manhã é comum vê-los ainda por ali, bêbados e drogados.

A João Turim é pequena e cercada por prédios. O barulho ecoa deixando os moradores com os nervos à “flor da pele”. “O engraçado é que a polícia não aparece por aqui nestas noites. Eles saem dirigindo embriagados, colocando a vida dos outros em risco e ninguém faz nada”, reclama um morador, que passou um fim de semana inteiro filmando a movimentação.

As cenas são reveladoras e não há o que discutir. Os jovens (alguns nem tão jovens assim), tiram dos carros caixas térmicas com gelo, copos, bebidas diversas consumidas na calçada durante toda a noite, misturadas com energéticos e drogas. Os transeuntes e os moradores são obrigados a andar pela rua, porque as calçadas ficam ocupadas. Garotas também participam do “festerê” e igualmente consomem as drogas. “Parece que para rico não tem limites nem lei. Isso é revoltante”, desabafa um morador, denunciando ainda que na confluência das ruas Ângelo Sampaio, Silva Jardim e João Turim, existe uma área de um posto de combustível, que também é ocupada pelos arruaceiros. “É um jardim escuro, não usado pelo posto e ainda tem uma pequena mureta para que o pessoal possa sentar confortavelmente”, explica.

Ao exibir as imagens e externar sua revolta, o morador faz um apelo às autoridades para que tomem providências em nome do sossego de quem mora ali e da segurança no trânsito, já que os motoristas saem totalmente embriagados, colocando a vida de muitos em risco.