Torneiro mecânico é executado em Pinhais

Ao chegar perto da casa de seus pais, em Pinhais, dirigindo a caminhonete F-1000 placa AAC-7752, de sua propriedade, o torneiro mecânico Roberto Godoy dos Santos, 37 anos, foi executado às 22h20 de quarta-feira. O crime ocorreu na Rua Nerisco, Jardim Rosi Galvão.

Atingido com um tiro no peito, um no pescoço, outro no rosto e o quarto no queixo, Roberto morreu ao volante. O veículo só foi parar ao bater no muro da casa dos pais dele.

Os disparos foram ouvidos pelos vizinhos, que já se acostumaram com os estampidos devido à violência no bairro. Francisco José dos Santos, pai de Roberto, contou que ele tinha ido buscá-lo (e a sua mulher) na igreja. ?Ele nos deixou aqui e saiu para comprar algo no mercado. Quando ouvi os disparos, pensei que era coisa da rua?, contou. Francisco só olhou pela janela quando ouviu o choque da caminhonete com o muro da casa. ?Vi o carro dele parado. Pensei que estava esperando para levar a mulher e os filhos para casa. Quando me aproximei, encontrei-o desse jeito?, lamentou, apontando para o corpo do filho ainda no banco do motorista.

Muito abalado, Francisco disse que não sabe quem executou seu filho, mas que acredita na Justiça. ?A situação está fora de controle. Tem pouca polícia?, comentou. O perito Silvestre Ornelas, do Instituto de Criminalística, disse que os disparos foram efetuados quando o carro estava em movimento. ?Inclusive quebrou um dos vidros?, mostrou.

Traficantes

Um morador da rua, que não será identificado por questão de segurança, atribuiu o crime aos traficantes. ?Esses dias uma mulher pediu para um deles tirar o carro do portão para ela entrar. Ele tirou, mas no outro dia metralhou a casa dela?, contou. Segundo ele, como não tem policiamento nas ruas, os traficantes tomaram conta da região. ?Eles ficam no meio da rua. Se você quer passar com o carro e buzina, já arruma encrenca?, contou.

Ainda de acordo com o depoimento do morador de rua, as atitudes dos traficantes teriam incomodado Roberto, que trabalhava o dia todo e à noite costumava ir à igreja com a familia e ainda passar na casa de seus pais.

No local do crime, surgiram comentários de que Roberto teria efetuado uns disparos na rua, para espantar os traficantes. O soldado Reginaldo disse que irá verificar na seqüência se o fato realmente ocorreu. ?Infelizmente, por enquanto não temos informações.? Um outro morador reclamou que as ruas do bairro são habitadas por traficantes e usuários de drogas. ?Polícia aqui é uma vez por semana.

A população denuncia, mas eles falam que não tem viatura. O jeito é o trabalhador ficar preso em casa e os bandidos soltos nas ruas?, lamentou.

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