Tenente-coronel da Polícia Militar é condenado

O tenente-coronel aposentado da Polícia Militar, Valdir Copetti Neves, foi condenado pela Justiça Federal a 18 anos e oito meses de prisão, além de um ano de detenção e o pagamento de 437 dias-multa (valor pode chegar a mais de R$ 20 mil).

O policial também pode perder o cargo de coronel da PM. Neves, que foi comandante do Grupo Águia, elite da PM, é acusado de formar uma quadrilha armada com policiais militares aposentados, para fazer a segurança de terras na região de Ponta Grossa, contra sem-terra.

O coronel também é acusado de fornecer armas e drogas para incriminar outras pessoas. Neves também foi investigado por fazer parte de uma quadrilha de extermínio formada por policiais, advogados e assaltantes.

Invasões

A sentença teve origem numa denúncia feita pelo Ministério Público Federal (MPF) em Ponta Grossa, em maio 2005. Por conta de invasões de sem-terra em 2004, fazendeiros contratavam policiais militares para fazer a segurança de suas áreas.

De acordo com o MPF, Neves organizou um grupo com os ex-policiais Ricardo José Derbis, Nereu Pascoal Moreira e José Waldomiro Maciel, usando armas sem registro.

Neves “investigou” os sem-terra com escutas telefônicas, autorizadas pela então juíza da comarca de Loanda, Elizabeth Khater. Meses mais tarde, as escutas foram divulgadas pelo então secretário da Segurança Pública, Cândido Martins de Oliveira. O coronel, a juíza e o secretário foram investigados e absolvidos.

Tráfico

Em abril de 2005, uma força-tarefa da Polícia Federal e Secretaria da Segurança realizou a Operação Março Branco, prender os envolvidos com as milícias de Neves.

As investigações e denúncias do MPF resultaram, esta semana, na condenação do coronel por tráfico internacional de arma de fogo, exercício arbitrário das próprias razões, constrangimento ilegal, formação de quadrilha e pelo envolvimento com drogas, por fornecer maconha para ser “plantada” em veículo de terceiro.

Elite

Durante muitos anos, Neves foi comandante do Grupo Águia, tropa de elite da PM criada, a princípio, para combater quadrilhas especializadas em assaltos a ônibus de turismo e de sacoleiros. Mais tarde, o grupo foi encarregado de fazer a desocupação de terras invadidas no Estado.