Taxista de 60 anos é encontrado morto na Lapa

O taxista Erol Martins de Oliveira, 60 anos, foi encontrado morto a facadas dentro de seu táxi, na noite de quinta-feira, na área rural no Jardim Esplanada, na Lapa. A Polícia Civil acredita que Erol reagiu à investida de dois assaltantes, com uma faca, encontrada no veículo. O dinheiro da vítima não foi encontrado.

Erol estava em seu Space Fox no ponto da rodoviária da cidade quando foi chamado, pelo celular, para uma corrida no Jardim Esplanada. O delegado Daniel Prestes Fagundes explicou que pelo menos duas pessoas entraram no carro para ir sentido Hospital São Sebastião. Erol teria pego um atalho pela estrada do Caracol, estreita e rodeada de mata fechada e rodado por um quilômetro até receber voz de assalto.

Facadas

Por volta das 19h30, a Polícia Militar recebeu a informação que o motorista estava morto. O carro foi encontrado com as luzes acesas e uma das portas e o vidro abertos. “Um dos assaltantes estava no banco de trás e esfaqueou o taxista na nuca e o outro ocupava o banco do passageiro acertando o peito do taxista”, disse.

Além da faca apreendida no carro, a polícia ainda encontrou a carteira da vítima com apenas os documentos. “Conhecidos do taxista comentaram que ele costumava guardar dinheiro numa sacola de pano dentro de uma gaveta debaixo do banco, que também estava vazia”, informou o delegado. Para Daniel, os indícios apontam que o crime foi praticado por usuários de droga.

Laudos

Enquanto busca testemunhas, o delegado aguarda o laudo do Instituto de Identificação, que recolheu digitais no vidro do carro. O celular do taxista também foi encaminhado para a perícia. O aparelho estava no chão e com a tela quebrada. “Isso indica que os suspeitos ainda deixaram o taxista com vida no carro e que ele tentou chamar por socorro”, adiantou.

Quem tiver informação que leve ao paradeiro dos matadores pode entrar em contato pelo telefone 181 ou com a delegacia, pelo 3622-2444. A identidade do denunciante será preservada.

Primeiro latrocínio do ano

Este foi o primeiro latrocínio do ano na Lapa, cidade de aproximadamente 45 mil habitantes e a cerca de 60 quilômetros de Curitiba. Segundo o delegado Daniel Fagundes, o anterior foi registrado em novembro do ano passado com a morte de uma estagiária do Fórum, espancada até a morte por ter reagido à ação do assaltante. “Esse caso foi resolvido em oito horas”, lembra o delegado, que também responde pela delegacia de Contenda e se desdobra com quatro investigadores e um escrivão para dar conta das investigações.

Por dia, na delegacia da Lapa, são registrados 20 boletins de ocorrência, a maioria por furto e roubo. Porém, segundo o delegado, o tráfico de drogas também é um problema no município. “Registramos a média de 18 a 30 homicídios por ano. Boa parte é por causa briga de gangue e disputa de tráfico”, disse. O bairro onde Erol foi assassinado é considerada uma região pobre da cidade, com concentração de usuários de crack e desempregados. A polícia espera esclarecer rapidamente a morte do taxista, nascido e criado na cidade. “Ele era pai de família; não tinha inimigos e era muito benquisto”.