Cobra fumou

Sindicato dos delegados “atira” contra Gaeco após prisão de Rubens Recalcatti

Uma nota divulgada pelo presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Paraná (Sidepol) nesta quinta-feira (15) acirrou a guerra entre a Polícia Civil e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Paraná.

O sindicato faz acusações e diz que o Gaeco teria se negado a acompanhar a operação comandada pelo delegado Rubens Recalcatti, que acabou na morte de Ricardo Geffer. A nota foi divulgada pelo presidente do Sidepol, o delegado Claudio Marques Rolin e Silva.

Ele afirma que o órgão não se opõe às investigações do crime, mas classifica a prisão de Recalcatti e dos demais policiais civis como medida midiática, desnecessária, arbitrária, insana e covarde.

O Sidepol diz que antes de desencadear a operação, Recalcatti teria solicitado apoio do Gaeco, e a resposta foi que a instituição não iria se envolver. Em contrapartida, Leonir Batisti, procurador de Justiça e coordenador estadual do Gaeco, afirma que sequer recebeu ligação com pedido de apoio à operação.

Ainda segundo o Sidepol, a prisão não precisava acontecer, porque nenhum dos policiais investigados se opôs a esclarecer os fatos e dar novas informações para as investigações. Em resposta, Leonir afirma que as investigações só começaram porque foram procurados por testemunhas.

“Não é a nossa técnica investigativa chamar um policial e perguntar se ele matou ou não. Nós apresentamos as evidências a um juiz, que entendeu serem necessárias as prisões para evitar que atrapalhem nas investigações”.

De acordo com o coordenador do Gaeco, não se trata de a pessoa se colocar a disposição ou não. “Na visão do Ministério Público do Paraná, a investigação contra policiais precisa ter cuidados, para evitar que exista pressão ou ameaça às testemunhas”, explica Leonir.

A nota do Sidepol também faz ataques de caráter pessoal, tanto a Leonir Batisti, quanto a outros promotores do Gaeco, mencionando arquivamentos de investigações e supondo interesses que poderiam haver por trás do trabalho desempenhado pelo Gaeco. O Sidepol afirma também que o Gaeco tem o interesse de desestabilizar a administração do atual Secretário de Segurança Pública, Wagner Mesquita. 

Com relação a esses ataques, Leonir afirmou que não vai se pronunciar para não entrar em embate. Apesar disso, ele explicou que todos os arquivamentos de investigações são decididos pela Justiça e não pelo Gaeco.

A respeito da acusação de desestabilizar a SESP, Leonir falou que, no momento, os atuais comandantes de segurança, que incluem a Secretaria da Segurança Pública e Administração Penitenciária (Sesp), a Polícia Militar e a Polícia Civil, estão encaminhando e agindo corretamente em seus cargos. “O que aconteceu é um fato isolado e não da polícia como um todo”.

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