Sem laudo, marido suspeito fica livre de crime brutal

João (nome fictício) vivia aos gritos com a mulher, Rosimeire. Na madrugada de 9 de dezembro de 2010, ele chamou o Siate e foi constatada a morte da mulher por estrangulamento. Ele negou o crime. João foi preso em flagrante, mas após dois meses a Justiça concedeu o alvará de soltura por um simples motivo: a necropsia não estava pronta. Sem isso, segundo o juiz, não havia prova de que Rosimeire tinha sido assassinada.

A demora na conclusão dos laudos de necropsia foi constatada pela reportagem.

O levantamento feito pela Gazeta do Povo revelou que a Polícia Científica demora em média quatro meses para redigir o laudo do exame que constata a causa da morte de uma pessoa. A reportagem também encontrou pelo menos 36 casos de inquéritos abertos em 2013 e que, 30 dias após a ocorrência da morte, ainda não tinham o documento anexado. Em cinco deles a necropsia não havia sido incluída no inquérito após 90 dias. É possível que os laudos tenham sido feitos, mas ainda não faziam parte oficialmente da investigação.