Segundo preso pela chacina de Guaíra confessa crime

Ademar Fernando Luiz, 27 anos, um dos acusados da maior chacina do Paraná, preso anteontem, confessou sua participação no crime. No entanto, disse que trabalhava apenas como “segurança” de Jair Correia, 52, preso na semana passada e acusado de ser o mentor da fuzilaria ocorrida em Guaíra, em 22 de setembro. Também alegou que os tiros que mataram as 15 pessoas e feriram outras oito foram dados por Jair e por Diego Alexandre Honória, que está foragido.

Ademar foi preso na manhã de terça-feira, em Lucas do Rio Verde (MT), onde era monitorado desde quinta-feira. Lá ele trabalhava como pedreiro e foi pego quando saía da casa de um amigo, onde estava hospedado, para trabalhar. Ele está recolhido na carceragem do Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce), em Cascavel. Para lá também foi levado Jair.

Trajetória

Ademar estava em Lucas do Rio Verde desde 8 de outubro. Segundo o suspeito, após a carnificina, ele, Jair e Diego foram até o Paraguai de barco e ficaram escondidos nas margens do Rio Paraná, por seis dias. Depois, foram com o mesmo barco até Itaquiraí (MS), onde ficaram até o dia 7, quando se separaram.

Jair seguiu para São Paulo – e foi preso no município de Rosana – e Ademar pegou um ônibus para Lucas do Rio Verde. Já o destino de Diego, a polícia prefere não divulgar. As armas usadas no crime, disse Ademar, foram perdidas durante a fuga.

Tudo teria sido planejado por Jair, inclusive a preparação do barco que usaram no crime. O motivo da chacina, de acordo com o detido, seria vingança pela morte de Dirceu Pereira de França, enteado de Jair.

No entanto, a polícia acredita que o crime tenha a ver com o tráfico de drogas. Entre os 15 mortos, os bandidos também assassinaram o traficante Jocemar Marques Soares, conhecido por “Polaco”, que estaria devendo R$ 4 mil para o bando.

Ademar já ficou preso na Penitenciária de Maringá durante quatro anos, por tentativa de latrocínio (roubo com morte). Ganhou as ruas em abril deste ano. Agora só resta à polícia prender Diego e Hedner Rogério Alves.